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O prefeito, o parlamento e as redes sociais

É preciso deixar bem claro que o isolamento político que o prefeito enfrenta na câmara municipal foi construído por ele mesmo desde a sua chegada no Palácio La Ravardiere.

Com o intuito de aparecer sozinho e ser o centro das atenções da sua gestão, Braide centralizou as ações da prefeitura em torno do seu perfil no instagram onde faz do seu governo uma espécie de reality show, porém, nem tanto real e com muita coisa embaixo do tapete como a falta de transparência na contratação de creches para organização de eventos milionários, entre outros.

Basta observarmos o levantamento de 2024 da Transparência Internacional e constatar que a falta de dados no pagamento de emendas, contratações emergenciais classificaram gestão do Prefeito de São Luís apenas como regular, ou seja, para quem se vende como um dos melhores do Brasil, ser atestadamente regular em transparência já demonstra um pouco da verdadeira personalidade do Braide que não aparece em suas redes sociais.

Essa semana com a retomada dos trabalhos da câmara ficou claro que o clima em 2025 continuará beligerante e entre, emendas, vetos e embates no plenário, parece que chamar o Douglas ainda não foi uma boa alternativa para Eduardo Braide.

Os vetos e os “berros” nas redes sociais dessa vez não foram suficientes para o prefeito manter o discurso de vitima ao recusar o aumento de salário proposto pela Câmara alegando que o valor equivalente a cidade de São Paulo iria comprometer o orçamento municipal, mas Braide “esqueceu” de mencionar que os salários do seu secretariado estão no mesmo patamar da capital paulista e num projeto proposto pelo vereador Daniel Oliveira (PSD) que até o ano passado era líder do seu governo na Câmara.

O Prefeito também “esqueceu” de destacar no seu lamento, que atrelado ao seu salário estão mais de 400 servidores impossibilitados de terem reajuste para o Prefeito posar de humilde com carinha de perseguido nas redes sociais.

Mas o que deixou Braide extremamente irritado foi redução do limite de gastos direto do executivo, o Prefeito queria poder movimentar livremente cerca de 1 bilhão e 400 mil reais. A Câmara limitou para algo em torno de 350 milhões, porém deixando claro que a casa está aberta ao diálogo para qualquer necessidade da prefeitura.

A impressão que fica é que os vereadores optaram por um posicionamento mais seguro em relação ao orçamento em virtude dos escândalos recentes envolvendo contratos milionários para eventos realizados sem licitação e sem transparência, entre outros contratos feitos a “toque de caixa”.

Por outro lado, o Prefeito dá sinais que vai continuar apostando na dissimulação nas redes sociais, afinal dizer em vídeo que o ritmo das obras vai diminuir porque a câmara está cobrando mais transparência e ciência dos gastos realizados pelo executivo é mero populismo contemporâneo, além do mais, o ritmo das obras já diminuiu desde que terminou a eleição e só essa semana o prefeito num mero jogo de cena foi “acelerar” a obra da UEB Sidney Castelo Branco numa clara a necessidade de produzir conteúdo para internet requentando anúncio de obras do ano passado.

 

 

 

 

 

Uma senadora que fecha o ano exalando: “tá tranquilo, tá favorável”

A senadora Eliziane Gama organizou um encontro com a imprensa neste sábado, numa churrascaria elegante da cidade. O evento correu tranquilo com muitos dos principais cronistas da política local.

Um evento que se fosse chamado de “confraternização” caberia com perfeição. Tudo na paz, tudo tranquilo, tudo favorável entre anfitriã e os jornalistas nem sempre tão bonzinhos, assim, com seus personagens.

Mas o mais importante foi a postura da senadora, ou melhor, de Eliziane, que se fez mais presente como mulher, como pessoa, do que como política que ocupa lugar de destaque nas altas rodas do staff nacional, sendo inclusive cotada para ocupar um Ministério do presidente Lula, no ano que vem.

Eliziane circulava suave e sorridente e leve entre seus convidados. Aliás, já foi assim, no grandioso evento que se tornou a comemoração organizada pelo PC do B, em comemoração aos dez anos da eleição de Flávio Dino ao governo do estado, ocorrida há alguns dias.

Talvez seja a maturidade política, ou simplesmente a maturidade, ou algum espírito natalino que ofertou esse ar de alegria e naturalidade à senadora. Com este quantum a mais de qualidade, ela terá dois anos complexos pela frente. Mas, na calma, todos os caminhos parecem sempre mais claros.

O discurso de vitimização do governo

Todos os holofotes da imprensa e da opinião pública estão voltados para crise que envolve Brandão e o grupo que o ajudou a ser governador.

Os passos dados de ambos os lados podem dizer muita coisa é verdade, porém são as interpretações que aquecem a pauta e movimentam o imaginário popular.

Seria mais do mesmo relembrar esses passos, algumas narrativas dizem que a relação azedou ainda no final de 2022, mas a exoneração de Felipe Camarão da Secretaria da Educação antes das eleições municipais desse ano foi uma decisão política do governador, publicada no diário oficial inclusive e deve ser considerado o “Marcus” zero desse eventual rompimento.

De lá pra cá o caldo só engrossou e os últimos movimentos expuseram a fragilidade do governo, acuados pelas decisões do STF nas ações capitaneadas pelo deputado Othelino Neto, Brandão cometeu o mesmo erro de Dilma Roussef que tentou dar foro privilegiado ao Lula um pouco antes da sua prisão, lembrando que qualquer semelhança não é mera coincidência.

O ato de nomeação foi um erro infantil e crucial, além de ratificar o caráter nepotista do governo Brandão, ele matou a estratégia de vitimização que a comunicação aliada vinha fazendo e que foi impulsionada com a comoção pela decisão do Ministro Alexandre de Moraes pela exoneração de Jackeline Helluy, sogra de Orleans Brandão que é secretário e sobrinho do governador, vale ressaltar que Jackeline já era funcionária da assembleia em outras gestões, profissional competente e de fino trato, mas precisamos ser francos, o cargo era de indicação política e nesse jogo não tem inocente.

O outro erro foi apressar a eleição para a presidência do TCE, será que Brandão não avaliou que está na iminência de perder a batalha pela Assembleia no STF e ainda sim reforça a aura nepotista do governo fortalecendo o sobrinho Daniel Brandão para o comando do Tribunal de Contas?

Voltando para o campo da midiático, os últimos movimentos tem dificultado a própria estratégia de comunicação do governo, afinal, por mais que seja legal a nomeação de Marcus Brandão e a eleição do Daniel Brandão para a Presidência do TCE, não soa bem defender o nepostismo, ainda mais quando o governo atua para impor parentes nas estruturas de poder do Estado operando nas brechas da lei.

Pelo visto, essa semana deve continuar tensa, ainda mais com o fracasso da tentativa de uma roda de negociação envolvendo o clã Brandão e parte dos seus aliados herdeiros do grupo politico criado pelo ex governador Flávio Dino.

Entre as notas de apoio e também de repudio, está a tentativa de convencimento do imaginário popular e caminho mais fácil é adotar o discurso de vitimização, mas como ser vítima se partiu da caneta de Brandão o primeiro ato oficial dessa guerra fria?  Além disso, a beligerância já se faz presente nos movimentos do governo.

Enquanto isso os dois lados estão armazenando pólvora.

 

 

A morte e a morte da Literatura: água!

O escritor Danton Trevisan, um dos grandes nomes da literatura brasileira, notadamente o gênero Conto, morreu, nesta segunda-feira 10, em Curitiba (sua cidade natal), aos 99 anos. O Dalton não falava de literatura (com exceção do tempo em que editou a revista Joaquim, de 1946 a 1948), não dava entrevistas (a última foi em 1972), não falava com jornalistas, não gostava de ser fotografado, mas gostava do contato com as jovens estudantes de Letras da UFPR.

Seu livro mais conhecido é O vampiro de Curitiba, de 1965, que rendeu o apelido ao contista – Vampiro de Curitiba –, que de vampiro não tinha nada, apesar de arredio, Dalton viveu no mesmo endereço a vida inteira, de onde saía diariamente para seus passeios matinais. A morte de Dalton vai alargando o Buraco Negro que suga em seu Disco de Acreção uma gama cada vez mais monstruosa de enganadores, medíocres e enrolões da literatura. É como um Quincas que, ao ler estas literaturas, gritaria: “água!”.

Quem faz o olhar sobre o mundo, além das massas, perdeu a voz. Houve tempos em que os construtores da literatura, ou críticos teatrais e etc, eram respeitados e até temidos pela sua pontual certificação do que era bom, mais ou menos ou ruim mesmo. Antônio Houaiss, Barbara Heliodora, os Irmãos Campos, ou o próprio Guimarães Rosa foram vozes ativas e respeitadas em tempos recentes, mas já passados. Eles precederam a internet. Se aqui estivessem, seriam “cancelados”.

Eu já procurei muito (e não encontrei – o Google já não é mais tão generoso) uma situação que me foi descrita por uma amiga, onde numa palestra, ou banca de encontro literário, em Portugal, um professor (não são mais “críticos”) disse na cara da escritora brasileira Aline Bei que o que ela produzia “não é literatura”. “Sobranceira, fornida”, ela encarou o dito cujo e respondeu “é sim!”: “introibo ad altare Dei”…

Não é uma questão de cãibra, de impaludismo, de velhice, de saudosismo, de preciosismo, nem de letra M nenhuma (M, a letra do Maranhão, segundo P. Antônio Vieira). Quantos já propuseram a “morte da poesia, morte da literatura” e etc… Poe, Walt Whitman, Rimbaud, Pound modificaram e elevaram a literatura em seus tempos (que são mais ou menos os mesmos) até outra Ordem secular, mas isso já tem mais de cem anos e no Brasil daquela época reinava o soneto, a formalidade, enfim, o beletrismo asseado e conformado. Embora tivéssemos Sousândrade, mas este ficou confinado no ostracismo por quase um século, até que os irmãos Campos o resgataram. Este ano aconteceu a publicação das obras completas dele, numa edição linda, feita, justo em Curitiba, pela Editora Anticítera.

Na era virtual as escritas são igualmente virtuais. O que se produziu há 20 anos, no Editor de Texto da época, que já foi superado, talvez, no futuro, não seja possível mais decifrar o que foi registrado ali. Se é que haverá alguém a se interessar por escritos. Mas, talvez, mais na frente, alguma Inteligência Artificial “reescreva” o que se perdeu de um bom poeta dos anos 2000. Que tal?

A literatura sempre foi vítima de genocídio. Quantas obras foram queimadas, se perderam por desleixo, por motivos políticos, por inveja, por dinheiro… Mas nunca foi assim, tão insidiosa a destruição da literatura em detrimento das puerilidades. Há um sangue nos olhos e um saldo no banco para desenganar qualquer proposta que não esteja de acordo com o status quo, que ainda existe…

Este imediatismo vai custar caro. Na educação já está gerando grandes preocupações em pesquisadores, a exemplo do psicólogo social e professor Jonathan Haidt, que tem alertado para os males da virtualidade perante a vida escolar e social das crianças. Segundo o professor norte americano, as crianças, sufocadas pelo mundo virtual, pelas redes sociais, estão perdendo o convívio com seus pares, e ficando doentes, no que ele chamou de a Geração Ansiosa, título de um de seus livros.

O Dalton, um dos últimos representantes da literatura brasileira do século XX (e XXI, ele escreveu e publicou até os 90 anos) se foi. Quem está publicando agora, escritores e editores tem uma missão: a de não deixar a literatura de verdade morrer, essa que não é politicamente correta, que incomoda, que desdiz o que todos dizem, que causa dor, nojo e êxtase. Até por que, como disse o Dalton “Só a obra interessa… O autor não vale o personagem… O conto é mais importante que o contista”…

Há um limiar absurdo travestido de justiça: a condenação de obras de literatura em detrimento de leis ou entendimentos do momento. É uma armadilha para apagar um passado vergonhoso, que, antes de ser apagado, precisa ser exposto e analisado à luz do desenvolvimento da alteridade, para que não se repita.

A escrita eletrônica não admite sequer palimpsestos; depois do “salvar”, já era. A literatura não gera fósseis, ela é o espanto do espartano de Plutarco: “uma voz e mais nada”. Mas pode ser reconstruída a partir do nada – a essência humana, “a outra ordem do mundo”, mas, para isso, é preciso que haja sobreviventes.

Enquanto a trégua não vem

Os últimos fins de semana foram tensos na política maranhense, indiretas, discursos equivocados, troca de farpas nas redes sociais e incendiários estimulando o rompimento do governador com o grupo que o apoiou na eleição de 2022.

Como já foi dito e desdito tanta coisa sobre essa desavença, desde “conselhos” em capas de jornais até avisos de outros que já pagaram o preço pela mesma teimosia, até o Lula já avisou. Então vamos desanuviar e brincar um pouco com as palavras para fazer uma análise misturando trechos de letras da icônica banda brasiliense Plebe Rude com os fatos locais, até porque o maior prejudicado com essa contenda somos nós o povo, a plebe.

Um pouco além de noticias de jornais e um pouco aquém da situação atual, esse absurdo já é tão constante nas rodas de conversas em todo Maranhão que ultrapassou as divisas e chegou até a capital da esperança, as asas e eixos do Brasil, Brasília.

O governador foi até o presidente Lula para se queixar do jeito midiático do seu vice Felipe Camarão, sem levar em consideração que esse mesmo jeito midiático o ajudou enquanto ele esteve fazendo tratamento de saúde em São Paulo durante a campanha. Por outro lado, Brandão se sentiu desrespeitado por seu vice ter tido uma agenda com o presidente Lula antes dele ter sido comunicado, afinal o seu direito é me obedecer, você pode me subestimar, mas vou te punir.

Por que você não gosta mais de mim? Perguntou Felipe. Mas já era tarde demais, o governador exonerou seu vice da secretaria de Educação, tirando do governo o gestor que melhorou todos os índices da educação no Estado segundo o IBGE, tirando também a possibilidade dele cumprir agenda oficial pelo interior do Estado. Coincidência ou não, o ato foi logo após o governo federal repassar a verba dos precatórios para o Estado, fato que abre margem para muitas especulações.

Felipe sentiu a punhalada, afinal era um dos mais atuantes na briga pelos professores e em prol da educação, mas ficou sem saber o que pensar. Já nem sei se estou contigo, já nem sei para onde a gente vai e os ainda aliados de Brandão passaram a perguntar, você ainda lembra como era Brandão?

Mas o governador já estava envenenado pela sopro no pé de ouvido dos aliados que estavam guardados nas prateleiras empoeiradas e também por incendiários com discursos inflamados na tribuna da Assembleia em busca de mais espaços de poder para garantir mandatos com o suporte dos feudos eleitorais, ainda mais depois de caírem com estratégias extremas, ideologias marcadas se alguém quiser se rebelar, oposição reprimida, radicais calados, toda angustia do povo é silenciada, tudo para manter a boa imagem do Estado. Cabe a minoria falar o que quer apesar da repressão…

A contenda chegou até a tribuna da assembleia num jogo onde se você falar mentiras sobre a gente falamos a verdade contra você. Já Iracema Vale até então impávida, daqui de cima do altar é estranho, vejo muitos sorrisos, nenhum e um é falso. E foi a partir do único deputado de oposição declarado que veio o principal levante e quase tomada do parlamento, num movimento silencioso que nem mesmo a imprensa acostumada com previsões conseguiu entender o que estava acontecendo. Os dois lados se atacaram por trás com tapinhas nas costas, já se conheciam há muito tempo, mas tinham que disfarçar, trocaram papeis, informações falsas, se esconderam atrás de sorrisos procurando vitórias, vitórias.

Enquanto isso está passando na globo sexo e karatê, mas não quero mais ver, queremos ver em tempo real, “mas rapaz”, onde vai parar o seu jogo?, porque na sua indecisão você nem viu, ninguém se importa por seu jogo, você está em xeque mate viu? E o culpado é você.

Mas quem tem a razão, um momento, palavras não justificam a ida em vão. Quem escutar então? Delegado ou jurista com relatório em mãos. A lei não ressuscita, burocratiza o que eu já sei. Esclarece por favor, o que é tão temido só acontece com os outros, o que você faria?

O melhor conselho é olhar para trás, herdamos do passado velhos erros e ideais que só servem de exemplo para os demais, mas como lembrar não custa nada, quem se recorda do tratamento dado por Roseana Sarney para o seu vice na época Zé Reinaldo, que ficou isolado na mansão da vice governadoria com tudo cortado, no limbo. Mas quando chegou a sua vez ele poderia ter feito diferente, mas pagou na mesma moeda e quem sofreu foi Jura Filho que acabou despejado do gabinete. Mais tarde Zé Reinaldo pagaria um preço alto pela teimosia de ficar até o final do governo, foi preso e humilhado pela operação navalha.

Essa escolha de vice é um negócio que sempre deu crise, a história política do Maranhão mostra claramente, mas teve um político que fez diferente, Flávio Dino, além de tratar bem por oito anos Carlos Brandão, delegou poderes ao seu vice, que tinha um gabinete atuante na residência oficial do Turu, chegou a ir na China algumas vezes em viagens representando o governo com poder de decisão e mais ainda, Flavio Dino colocou todo o seu grupo para vestir a camisa da eleição de Brandão, mas agora com a visão turva, Brandão age como os outros do seu velho grupo empoeirado e acostumado as velhas práticas sufocando justamente o seu vice Felipe Camarão, que foi dos nomes mais atuantes para eleição do atual governador.

Por mais que tenham muitos incendiários jogando gasolina nessa relação, ainda é possível acreditar na serenidade do governador, ele tem o poder para decidir e para além do discurso de quem traiu quem, o mais importante é pensar na construção de pontes para o bem do povo maranhense, uma vez que nunca na história política brasileira o Maranhão esteve tão bem representado nacionalmente, com vários nomes bem posicionados em Brasília com possibilidades reais de fazer muito pelo Estado.

Enquanto isso, Johnny vai a guerra outra vez, diversão que ele conhece bem, enquanto a trégua não vem…

Othelino, Tio França  e a  traição ou conspiração da pólvora

Em novembro de 1605 Guy Falkes tentou explodir o parlamento inglês e assassinar o rei da Inglaterra James I por ter dado continuidade à política de fortalecimento do protestantismo iniciada pela rainha Elizabeth I. O plano silencioso quase dá certo, porém Falkes foi detido a meia noite nos porões do Palácio de Westminster prestes a detonar a pólvora.

O 13 de novembro também ficará marcado na história do Brasil e também no Maranhão. Em Brasília um típico bolsonarista protagonizou cenas de tragicomédia numa tentativa de explodir uma estátua na praça dos três poderes, um dos motivos seria o ódio ao comunismo, o “prêmio pela bravura” foi infelizmente a morte e com o número 13 inscrito em sua lápide por toda a eternidade.

Se na capital federal o ato foi espalhafatoso, aqui na província a conspiração foi silenciosa. A eleição para a mesa diretora da assembleia corria no clima de já ganhou pelo seleto grupo Brandão. Do outro lado estava o desacreditado Othelino Neto que trabalhou silenciosamente no queria seria um dos maiores vultos políticos da história do Estado e ele estava tão certo da vitória que levou a família para comemorar a queima de fogos.

Mas o outrora traidor acabou sendo traído, pelo menos dois deputados apagaram o pavio, não se ouviu o barulho dos fogos e a votação terminou empatada com a atual presidente ganhando por idade a disputa.

Entre as muitas narrativas a que mais se aproxima da realidade é que o governador Carlos Brandão recebeu o mais duro dos recados, cumprir palavras e acordos políticos garantem longevidade no poder com bons mandatos, ainda mais com quem firmou a palavra.

Qualquer coisa diferente disso são apenas narrativas dos incendiários que circundam o poder em busca de mais espaço no governo atirando verborragias ao vento.

 

José Ewerton Neto lança novo livro na Academia Maranhense de Letras

O escritor José Ewerton Neto lança nesta quinta-feira (17) seu novo livro, A última viagem de Gonçalves Dias. Trata-se de uma coletânea com quatro contos, cada um buscando um estilo e uma referência próprios, ora a linguagem, ora a emoção.

Ewerton Neto, membro da Academia Maranhense de Letras é autor de diversos títulos, envolvendo romance, contos e poesia, além de uma coluna de crônicas em um site local. Os livros O ofício de matar suicidas e O menino que via o além são exemplos de trabalhos do autor que percorreram e percorrem o país inteiro, ambos já tendo várias edições.

Agora, com o novo livro, Ewerton retorna ao conto, gênero bastante frequente na obra do autor. O livro será apresentado ao púbico na Academia Maranhense de Letras (Rua do Sol, aos fundos da Igreja do Carmo), a partir das 18:30. O evento conta, ainda, com a palestra Cidade e Memória: São Luís nos versos de José Chagas e Arlete Nogueira, por Gabriela Lages.

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Os quatro contos

“A última viagem de Gonçalves Dias” é uma ficção criada livremente pelo autor a partir de elementos por ele captados nos parcos registros existentes sobre a vida do poeta Gonçalves dias em seus últimos dias.  Nesta narrativa a imaginação supre de simbolismo poético a realidade trágica desses derradeiros momentos – que até hoje permanece envolta em sombras, distante de luz esclarecedora que alumie o eu de fato aconteceu.

“O pequeno dicionário de paixões cruzadas” é uma história policial de paixão e mistério que, forma inusitada no gênero, é ritmada por palavras, o que gradativamente seduz o leitor até o desfecho surpreendente.

“Viagem tão longa” trata do passeio de dois passageiros em cima de uma moto, tão breve em uma direção quanto ousada, pungente e interminável em outra, pelos meandros dos mais puros e conturbados sentimentos familiares.

“Volte ao meu romance” é um romance dentro do romance, uma aventura de jovens que hesitam entre descambar para a paixão ou construírem uma terna homenagem ao próprio romance.

Expediente:

Lançamento do livro A última viagem de Gonçalves Dias, de José Ewerton Neto

Quinta-feira, dia 17, às 18h30min

Na Academia Maranhense de Letras (Rua do Sol, Centro)

Fábio deve deixar Wellington e Yglésio para trás, indicam pesquisas

As últimas pesquisas de intenção de votos sobre as eleições em São Luís indicam que o candidato do PDT Fábio Câmara deve mesmo se consolidar como terceira via na capital maranhense.

Os números da Quaest e agora os da Veritá indicam que ele já deixou para trás Wellington do Curso (Novo), Flávia Alves (Solidariedade), Franklin Douglas (PSOL) e Sauylo Arcangelli (PSTU).

Agora briga pela terceira posição com Dr. Yglésio (PRTB), mas com vantagem estrutrual. Ao contrário de Yglésio, Fábio tem garantida participação em todos os debates na reta final, além e participação importante na propaganda eleitoral diária no rádio e na TV.

A pesquisa Quaest/TV Mirante divulgada semana passada já havia mostrado Fábio em terceiro no levantamento espontâneo. Nesta quarta-feira (18), o Instituto Veritá apontou que o pedetista está empatado tecnicamente com Yglésio na terceira posição.
Fabio tem a seu favor a empatia de quem conhece o povo e os problemas da cidade de perto desde o início da sua atuação política na capital.

Fora isso, ele conseguiu se consolidar como opção na Zona Rural, onde está desde o início da pré-campanha, ainda em 2023. A Zona Rural tem condições de garantir até mesmo a participação em um segundo turno.

Para as lideranças do PDT, a posição estratégica de Fábio nesta reta final pode ter influência direta na decisão do eleitor de levar ou não a eleição em São Luís para um segundo turno.

No Maranhão Lula é Sarney Futebol Clube

Quem não lembra daquele canto das torcidas para enaltecer os jogadores que decidiam as partidas?

Recordar.é viver, fulano acabou com você.”

O ano era 2002, o Brasil celebrava o penta campeonato mundial e também a eleição do primeiro presidente genuinamente de esquerda no país. A euforia e a esperança eram enormes, mas o Lula já não era mais aquele do sindicato dos metalúrgicos e a  “gourmetização” do saudoso Duda Mendonça o transformou no Lulinha paz e amor, começava ali o seu relacionamento com o famigerado centrão e essa tal de governabilidade.

Na reta final do primeiro mandato surgiu o escândalo do mensalão que abalou o governo naquele momento com Roberto Jeferson entregando o esquema capitaneado por José Dirceu, que era o operador do arrego dos parlamentares naquela época. O clima ficou muito tenso, mas Sarney e Renan Calheiros mataram no peito e seguram a pressão abrindo as portas da casa grande para o ex metalúrgico, mas as faturas com certeza seriam cobradas no estilo Dom Vito Corleone do clássico o poderoso chefão.

Nas eleições de 2006, Jackson Lago do PDT teve uma vitória histórica derrotando Roseana Sarney com apoio de Lula enchendo o Maranhão de esperança para um governo legitimado pela classe trabalhadora, mas a euforia deu lugar a frustração com um golpe profundo na democracia maranhense. Roseana toma o governo no tapetão com um processo forjado pelo “obreiro” Chiquinho Escórcio e uma atuação decisiva  do honorário ministro Eros Grau nomeado por Lula para o STF.

Lula que já tinha se distanciado da esquerda raiz pagou a fatura virando as costas para a luta dos trabalhadores maranhenses devolvendo o território feudal a família Sarney.

Lembram do canto no início do texto, poderia ser assim não é ?

Recordar é viver, o Lula acabou com o PDT.”

E assim caminhou o Brasil e o Maranhão, mensalão, atos secretos, refinarias sem petróleo e esquemas.ilusorios até Flávio Dino chegar ao poder e “acabar” de vez com a oligarquia.

Confesso que nunca entendi muito bem essa bandeira  de Dino em acabar com a oligarquia tendo como vice um membro umbilical do grupo Sarney, o resultado é que depois de 7 anos e meio o Maranhão voltou a ser pacificado.

Flávio Dino foi promovido ao STF, Brandão governando com parentes, Lula indo jantar na casa grande e a militância no sol quente tremulando as bandeiras aplaudindo Sarney sob os olhares da poesia atemporal de Renato Russo.

“Mudaram as estações e nada mudou..

Se lembra quando a gente

Chegou um dia acreditar…”

O engodo do maior São João do Mundo

Para entender melhor a origem desse título é preciso voltar um pouquinho no tempo.

O ano era 2022, um ano de eleição para o governo do Estado, Carlos Brandão já era  governador, mas enfrentava dificuldades no eleitorado de São Luís, para conter o avanço de Weverton Rocha e Lahésio Bonfim na capital escalou o vereador Paulo Vitor com o objetivo de trazer os vereadores para o lado governista, missão dada missão cumprida, porém foi obrigado a prometer mundos e fundos aos colegas famintos por espaços atropelando a presidência de Osmar Filho que trabalhava em prol do senador pedetista, mas acabou priorizando a sua eleição e fugiu dessa bola dividida.

Havia também uma demanda reprimida em virtude da pandemia e com dois anos sem São João meus amigos os maranhenses estavam subindo pelas paredes com saudade das festividades.

Paulo Vitor era um rolo compressor, passou por cima de Astro de Ogum que até então tinha muita liderança no segmento da cultura popular, mas sem força no governo teve que assistir de camarote a ascensão do PV que foi pra cima e bradou aos quatro cantos que iria fazer o maior São João do mundo, nunca fez, porém nascia ali a maior forçação  de barra da história da nossa cultura colocando o nosso São João como o maior do mundo.

De resultado pouco efetivo para quem realmente faz a cultura do Maranhão e invencionices como uma travessia boieira e bandeirinhas na ponte do São Francisco, Paulo Vitor virou secretário de cultura trazendo na bagagem um modelo aprimorado de gestão para a pasta, a SECMA como produtora de eventos nacionais, se antes era mais tímida a contratação de artistas de outros estados, agora a turma do PV estava no palco, no som e na luz, vumbora que vai dar certo, esse era o lema segurando a mangueira em cima do carro pipa.

Não deu, o homem que peitou Braide achando que ia ser vitorioso deu um passo maior que a perna, queimou a largada e na disputa midiática com o prefeito levou a pior, não conseguiu nem arranhar a imagem do chefe do executivo municipal, perdeu a secretaria de cultura e não conseguiu sequer ser candidato a prefeito pelo grupo do governador.

Para a cultura deixou o seu maior legado, Yuri Arruda, um gestor que disse abertamente que para ser secretário de cultura não precisa entender de cultura, não precisamos falar mais nada não é?

Mas o resultado está posto, verbas milionárias e antecipadas para atrações nacionais de outros segmentos enquanto as brincadeiras maranhenses ficam um ano sem receber os valores ínfimos que não representam o seu valor, a praia grande que é o nosso maior atrativo turístico sem as tradicionais bandeirinhas e sem um arraial sequer, verbas que deviam ser destinadas ao fomento entregues a empresas privadas para exploração de camarotes e por ai vai.

Será que podemos chamar isso de maior São João do Mundo mesmo?

Segundo a revista da companhia aérea azul em sua matéria especial de capa desse mês, o São João do Maranhão não foi colocado sequer entre os dez destinos mais procurados do nordeste, ou seja, a demanda de turistas para São Luís nesse período não é essa coisa toda que o governo tenta empurrar goela abaixo, mas acredita quem quiser ou pelo menos fingir que é verdade, mas que é vergonhoso isso é.

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