Eleições 2026 – Quem vai ficar de fora do chapão do governo?

Muitos irão dizer que é cedo para se discutir 2026, mas depois da declaração recente de Sebastião Madeira e levando em consideração que a formação dos palanques majoritários passa pelas eleições municipais desse ano, na verdade a disputa já começou há algum tempo.

Para o cargo de governador, segundo o próprio Madeira, o nome considerado certo é de Felipe Camarão que está aguardando pacientemente a sua vez enquanto espera a definição do seu vice, que ao que tudo indica deve ser o Secretário Extraordinário de Assuntos Municipalistas Orleans Brandão garantindo assim a permanência no poder da família Brandão.

Já para o cargo de senador a disputa promete ser acirrada, como já está praticamente sacramentado o nome de Carlos Brandão para uma das vagas ao senado. Weverton Rocha (PDT), Eliziane Gama (PSD) e André Fufuca (PP) estão “correndo o trecho” para se viabilizarem.

A situação dos atuais senadores não é nada fácil e ambos estão confiando em Lula para terem a garantia dos nomes incluídos na chapa governista, mas é ai que a porca torce o rabo e acontecem os famosos “zignais” frase recorrente do saudoso amigo Robert Lobato ao comentar os “fechamentos” políticos que mudam da noite para o dia.

O senador Weverton Rocha, por exemplo, saiu do retiro após o massacre eleitoral que sofreu em 2022 dizendo que espera contar com o apoio presidente para a sua reeleição. Mas o senador tem que botar as barbas de molho, a julgar por 2022 onde “meu preto” que foi um dos maiores defensores da liberdade de Lula, porém, quando mais precisou de um gesto de retribuição, teve que engolir a seco o apoio do presidente para Carlos Brandão, crítico ferrenho do Lula e o do PT nas redes sociais. Um baque e tanto para Weverton que estava na liderança e foi definhando tentando se equilibrar em cima do muro em busca dos votos da esquerda e com a operação dos amigos do “centrão”.

A política realmente não é para quem acredita em ideologia.

Hoje Weverton é considerado opositor do governo Brandão e não tem clima entre os dois para caminharem juntos em busca de votos, sem falar que o próprio eleitor não “entenderia” muito bem essa chapa. Mas na política tudo é possível e nada descartado.

A senadora Eliziane Gama também está numa situação delicada. Na eleição passada se viabilizou numa chapa que precisava ter um nome leve para a disputa duríssima contra Lobão e Sarney Filho. A então deputada federal tinha acabado de sair fragilizada da eleição para prefeitura em 2016, liderava com folga as pesquisas, mas num erro estratégico sem precedentes votou a favor do impeachment da Presidenta Dilma do PT e como a maioria do eleitorado na capital é de esquerda viu sua candidatura definhar não suportando os ataques constantes de fogo amigo da mídia aliada aos leões na campanha que lhe colocaram a pecha de golpista.

Hoje, Eliziane tem o mandato muito bem avaliado por sua forte atuação parlamentar, principalmente na CPI dos Atos Golpistas do dia 8 de janeiro e como diria o jornalista Marcos Saldanha, o mundo não gira, ele capota.

Mas existem alguns detalhes importantes; esse protagonismo nacional não tem reverberação no Maranhão e consequentemente nas suas bases eleitorais. Aliás, o eleitorado evangélico mais conservador não ficou muito feliz com a aproximação da senadora com os “comunistas”, além é claro que a estratégia de um nome leve na chapa não tem tanta importância, uma vez que a oposição dificilmente terá nomes de peso para enfrentar a chapa governista.

O outro que também está disputando uma vaga no chapão governista é André Fufuca, o prodígio do Centrão. Deputado Federal de três mandatos, atualmente é Ministro dos Esportes, tem traquejo politico e é muito habilidoso politicamente. Fufuca entra forte na briga e com todas as credenciais para fazer um bom acordo com Brandão, ainda mais se conseguir trazer para o seu lado Josimar de Maranhãozinho e todo seu poder eleitoral em algumas cidades. O “Moral da BR” ensaiou uma candidatura para o governo na eleição passada, mas foi trazido pelo Centrão para apoiar Weverton Rocha. Hoje, cada vez mais amadurecido, Josimar sabe que tem muita gente disputando a mesma bola e, como sempre, está aberto a conversas, mas com o entendimento claro do que cada um tem oferecer e nessa disputa por seu apoio, Fufuca leva vantagem em relação aos atuais senadores.

Vamos aguardar, é claro, mas não é pecado fazer projeções com todas as cartas sendo colocadas na mesa, algumas bem previsíveis e outras podem até ser improváveis, mas todos nós já assistimos vários “zignais” nas últimas eleições.

Anteriores

Caso Francisco Alves, a resposta precipitada da sociedade

Próximo

Cleber Verde no MDB. O novo jogador do time

  1. Dayse Waldorf

    Boa análise; creio que a Eliziane não ganharia, já que a figura dela está desgastada assim como outros e ainda tem a questão de ser mulher, muitas mulheres não votam em mulher.

    Muita água, jogo vai rolar até esse ano.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *