Poderia começar com o Em busca do tempo perdido, de Proust, mas melhor começar com o cantor Luiz Américo, na época que o samba popular era de protesto: “O gás acabou, tem pouca comida, acabou meu dinheiro,” o fim do governo passado, e começo deste, vem arrastando quem espera um “décimo terceiro” nos seus vencimentos. E ele tem pintado.
Tudo bem que Hunter S. Thompson se vira na tumba sempre que vê a blogosfera em ação, mas é divertido, e ocasionalmente verdadeiro estar nesse planeta que ora orbita a Zona Cachinhos Dourados, ora mais parece uma superfície venusiana.
Numa mistura de puxa… quer dizer de relacionamentos políticos e necessidade, seja de manutenção de status político ou de sobrevivência mesmo, temos visto agora o segundo pelotão em busca do segundo escalão… afff… Dão Dalalão.
Tem pipocado nas redes sociais e assessorias de muitos políticos que não renovaram os mandatos fotos em visita aos novos ministros de Lula. Um destes é o deputado federal do PT Zé Inácio, que não renovou o mandato. “Nesta quinta-feira (5) estive em audiência com o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, tratando de pautas importantes…” Postou nas redes sociais.
Em seguida, o petista apresenta sua “inspiriênça”, lembrando que nos primeiros mandatos de Lula, foi delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e no de Dilma, Superintendente do INCRA no Maranhão. É uma boa forma de apresentar o currículo e arrumar uma vaguinha.
Outro que não renovou o mandato, já dado como certo no segundo escalão é Hildo Rocha (MDB). O quase ex-deputado é apontado como secretário-executivo do Ministério das Cidades, comandado por Jader Filho (MDB) (filho do ex governador do Pará Jader Barbalho e irmão do atual). Hildo é remanescente do Grupo Sarney, unha e carne com os Barbalho desde os bons tempos.
De repente, o Hildo se acalma, por que até hoje não se conforma de ter perdido a vaga de deputado federal. Até porque, se confirmado, será o responsável pela condução do programa “Minha Casa, Minha Vida”, menina dos olhos de Lula.
Mas tem outros que não se reelegeram, mas tem nomes fortes, como os deputados Zé Carlos e Bira do Pindaré; ou que não se elegeram mas tem padrinhos fortes, como Cleyton Noleto e Kátia Bogéa.
E as vagas são boas e cobiçadíssimas, por exemplo, DNIT, INCRA, Codevasf, Funasa e IPHAN. E os padrinhos são fortes: o senador e ministro Flávio Dino (PSB), a senadora Eliziane Gama (Cidadania), os deputados federais Rubens Júnior (PT) de Márcio Jerry ( PCdoB), além da deputada federal Roseana Sarney (MDB).
Mas, quem ainda é deputado tem todo o janeiro pra se despedir e articular um espacinho no governo, provavelmente uns com mais facilidade e êxito do que outros, mas todos naquela sequência da programação neurolinguística FocoForçaFé. De qualquer forma, ainda como canta Luiz Américo no refrão: “E aqui estou pedindo carona pra ir trabalhar”…
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