Estão todos voltando para o colo do governo. A velha estória da carroça de abóboras que, com o balanço, vai se acomodando. Hoje foi a vez do partido de Josimar de Maranhãozinho, aliado de Weverton nas últimas eleições (há controvérsias) que acaba de emplacar no governo, a deputada eleita Abigail Cunha, que vai assumir uma secretaria, provavelmente a da mulher.

Embora Abigail seja do partido comandado por Josimar, há quem não faça essa relação, como sendo uma reaproximação de Maranhãozinho do antigo grupo.  Mas ainda assim, fico pensando se esse “abrigar todos no governo” seja um dos 300 projetos que se pretende entregar nos primeiros 100 dias. Já estamos no 24º. Daqui uns dias temos o Carnaval, depois o São João, alguns restaurantes populares… Vamos contando.

Há pessoas responsáveis ligadas ao círculo palaciano que têm se mostrado desconfiadas sobre os tais “projetos do governo”. Há quem veja apenas os sonhos de um ou outro componente no meio de um horizonte turvo. De real e palpável apenas uns chineses interessados em pequenos projetos. Embora pequenos projetos talvez deem certo para dirimir a miséria da população, uma vez que os grandes nunca deram.

Mas, enfim, fora essa disputa comezinha pelos pequenos espaços que sobraram, as abóboras vão se acomodando aos poucos na carroça. Não será de se admirar se daqui uns dias o próprio Weverton indique uns dois secretários para compor o governo.

Há um romance de Joseph Conrad chamado A linha de sombra que mostra a interseção na vida de um comandante de navio. É uma obra incrível que mostra como de repente tudo muda, tudo acaba e tudo recomeça (embora nunca do mesmo jeito) de um jeito que a vida nunca mais será a mesma, os projetos não serão os mesmos e nem os paradigmas.

A tão sonhada estabilidade (pegue toda a extensão do termo), de repente pode se confundir com a estagnação, com o limbo, com a paralisia. Afinal só existe o equilíbrio, porque existe o desequilíbrio.