Com o retorno de Lula para a presidência é natural que hajam algumas rupturas nos modelos atuais de governança do país. A expectativa de mudança no comando do congresso com o “fim” do orçamento secreto não se concretizou e mesmo o Supremo declarando a inconstitucionalidade dessa nova roupagem do mensalão, Artur Lira se agarrou na PEC do fura-teto para se manter no poder e negociou um remanejamento dos 19 bilhões previstos para 2023.

Os termos do acordo foram pegar metade desse valor e dobrar as emendas individuais impositivas de cada deputado, também conhecidas como RP6. Já a outra metade vai elevar as emendas de bancada estadual discricionária, as chamadas RP2, que não são impositivas.  Na prática, não mudou muita coisa, uma vez que por não serem impositivas essas emendas acabam dependendo ainda mais da força política e das relações com o executivo, relação que Marcio Jerry tem para dar e vender nesse novo governo.

É impressionante como o poder acaba se moldando e com a disputa do comando do congresso resolvida, a peleja passar a ser pelo comando das bancadas estaduais. No Maranhão parece que está bem encaminhado para o consenso, sai o enfraquecido Cleber Verde, que teve uma eleição abaixo do esperado, perdendo inclusive o comando do partido para Aluísio Mendes, além  do afastamento do poder com a saída de Bolsonaro. Agora tudo indica que a bola da vez é Marcio Jerry, braço direito do Ministro da Justiça Flavio Dino e grande entusiasta da volta de Lula a presidência,  que chega para comandar o destino das chamadas emendas de bancada do Maranhão, agora turbinadas pelo “rachid abdalla” do mal-falado orçamento secreto.