Senão de uma visão dialética séria e comprometida com a justiça, de onde viriam as análises, as visões, as proposições paradigmáticas sobre o que é público, republicano e ético no Brasil?
As mesmas bases podem ser aplicadas para o que é bolsonarista e lulista, ou qualquer “ista” que seja elencado no palco da política e da ideologia no país? Ou é o tal do lugar de fala que fala mais alto?
Primeiro temos o ex-vice-presidente-general Mourão (entre outros) falando em “revanchismo”; depois temos alguns que apontam a ligação de uma das novas ministras de Lula com milicianos cariocas; ou o fato de outro novo ministro ter ligações diretas com o bolsonarismo; ou, ainda, outro ministro afirmar que tem amigos e parentes acampados na frente dos quartéis pedindo golpe militar; fatos, estes, que são minimizados por membros do novo governo; isso só pra ficar em poucos apontamentos.
Outra atitude é o acionamento de forças policiais pra investigar um xingamento a um ministro do STF num aeroporto estrangeiro.
É uma boa hora, essa inicial, para delimitarmos o que é crime e o que é liberdade de expressão; o que impunidade e o que é revanchismo; o que é “suspeito” no bolsonarismo e no lulismo. Será possível associar ética, justiça, seriedade, equiparação, respeito e tantos conceitos sociais a governabilidade? E isso sem fechar os olhos para crimes do passado…
Talvez este caminho largo demais de anistia que o Brasil vem trilhando desde os estertores da ditadura militar seja um de seus equívocos. Crimes de morte e roubo contra o bem público e contra a população não podem, de maneira alguma, ser anistiados. Basta de impunidade no Brasil!
Fazer justiça e atribuir crime a criminosos não é revanchismo; não atribuir é impunidade.
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