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A indicação para o TCE é imoral, é ilegal ou engorda ?

O deputado Carlos Lula do PSB subiu a tribuna da Assembleia Legislativa para colocar seu nome para a vaga de conselheiro do TCE e mais do que isso, apontou três irregularidades regimentais que tinham por objetivo dificultar a entrada de outros nomes na disputa.

A primeiro ponto apresentado por Lula aponta um erro crasso da falta de conhecimento básico do atual regimento da casa onde está claro que qualquer cidadão pode se candidatar a uma vaga no TCE.  O deputado fez questão de lembrar a presidência da casa que a manobra que exige o mínimo de 14 assinaturas de membros do colegiado é ilegal e inconstitucional por ser norma impeditiva presente no regimento de 1990 que já foi totalmente revogado.

Outro erro apresentado foi o limite de idade entre 35 e 65 anos, quando o correto é ter entre 35 e 70 anos.

O último erro regimental mostrado por Lula que pode parecer simples, mas que na verdade tem caráter intimidatório. A votação não pode ser aberta como proposto. Os deputados precisam ter seu voto preservado em sigilo para garantir que a escolha não sofra pressão nem do executivo e nem da presidência da casa.

No campo político, o discurso de Carlos Lula acendeu a luz de alerta nas hostes governistas, afinal o ato de confrontar um nome ungido pelo governador pode ser considerado como o marco zero do nascimento da oposição no Estado, Um claro sinal de que o nome de Flávio Costa foi empurrado goela abaixo tirando uma prerrogativa que o parlamento teria de indicar bons quadros presentes na casa.

Depois da aula regimental de Carlos Lula, a presidenta Iracema Vale disparou um release através da imprensa aliada onde tentou esclarecer os erros na condução que impõe o nome de Flavio Costa para o TCE. A deputada se limitou a dizer que vai consultar a assessoria jurídica e que deve seguir a constituição estadual. Mas fez questão de reiterar que apoiará Flávio Costa para defender a unidade do grupo político do governador num claro movimento que atesta a interferência direta do executivo no processo de escolha.

Podemos dizer que Carlos Lula venceu a primeira batalha, porém tudo leva a crer a que a maioria da casa deve votar com o governo sem nem levar em consideração que o preferido da família Brandão sequer preencher os requisitos necessários para o cargo,

E assim diria o rei Roberto Carlos.

Paro pra pensar, mas eu não posso mudarQue culpa tenho eu? Me diga, amigo meuSerá que tudo que eu gosto e ilegal, é imoral. Ou engorda?

 

 

 

 

 

 

 

Flávio Costa e Macaxeira valem “enquanto” pesam

A julgar pelo tamanho do embaraço que o Advogado Flávio Costa vem causando ao governo em busca de uma sinecura vitalícia pode-se imaginar que o preço da fatura é muito alta.

Depois de ter seu nome rejeitado pelo Tribunal de Justiça, Flávio Costa e a família Brandão mudaram a rota para o TCE, uma espécie de Port Royal da Jamaica brasileira onde já havia atracado Daniel Brandão sem muita resistência.

Mas num porto concorrido como o TCE, para um navio atracar outro necessariamente tem que sair e já que o custo de uma saída antecipada é grande, a barganha precisa fazer valer muito a pena.

A solução encontrada foi tirar do estaleiro o conselheiro Washington Oliveira, também conhecido como Macaxeira, que foi designado para duas missões, primeiro levantar da cadeira para o adido Flávio Costa sentar e a segunda seria dificultar a vida de Felipe Camarão dentro do PT, usando a secretária representativa em Brasília para o governador ter um passarinho de sua confiança assoviando no ouvido do presidente Lula os interesses do Maranhão neo socialista, e como prêmio Washington teria apoio do governo para voltar a câmara de deputados.

A minuta oficial sai em breve com o selo de garantia da Assembleia Legislativa onde num gesto altruísta em prol da meritocracia no serviço público, o colegiado abriu mão de indicar um representante da casa para defender um nome que já havia sido rejeitado pelo TJ por não ter requisitos técnicos, mas ao que tudo indica para o TCE e para o Palácio Manuel Beckman ele já possui todas as qualificações técnicas necessárias para a vaga, pelo menos  assim vão atestar os nobres deputados esperneando ou não no grupo de ZAP ZAP.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Maranhão: “um bicho que o universo fabrica e vem sonhando desde as entranhas”

turvo turvo
                                       a turva
                                       mão do sopro
                                       contra o muro
                                       escuro
                                       menos menos
                                       menos que escuro
menos que mole e duro menos que fosso e muro: menos que furo
                                       escuro
                                       mais que escuro:
                                       claro
como água? como pluma? claro mais que claro claro: coisa alguma
                                       e tudo
                                       (ou quase)
um bicho que o universo fabrica e vem sonhando desde as entranhas
                                       azul
                                       era o gato
                                       azul
                                       era o galo
                                       azul
                                       o cavalo
                                       azul
                                       teu cu

                                                                         (Poema Sujo – Ferreira Gullar)

 

O Maranhão é esta terra onde o poeta Gonçalves Dias morre na costa, no litoral; morre na praia, já quase chegando. O Maranhão é este eterno quase “quase”. É esta terra que expulsa Aluízio, Ferreira, Mendonça… O Maranhão é a Terra do Nunca: onde “azul era o gato, azul era o galo, azul o cavalo, azul…”, o local de tirar políticos.

Lembram-se do filme o Exterminador do Futuro (aquele que o exterminador do mal era líquido)? Pois assim é o Maranhão. Ele se transforma nas formas que precisa, que quer… “Um tipo de amor que é pobre, e às vezes nem é honesto”. “Ave, palavra!” Como diria Guima.

Assim são os políticos do Maranhão: se transformam em religiosos (como fez Mussolini), em comunistas, em liberais, em poetas, ou simplesmente demostram o pior do que são quando já não tem motivos pra se esconder ou oposição.

O Maranhão é poético por essência, disso não duvidem. É uma eterna metáfora! (Aff, Gerald, as metáforas!…); o tijolo do fazer poético. “Tijolo por tijolo, num desenho ilógico…”. Mas sempre morre estatelado no asfalto (ou na ausência de asfalto), como um pardal de William Carlos Williams. Mas é uma Fênix!

Quando Flávio Dino foi governador (o segundo balaio. Balaio?) desmontou-se a oligarquia. “Que oligarquia?” – Diria Dino no dia seguinte. E o povo estupefato (e pobre, pobre de marré, marré, marré…) com suas bandeiras brochadas, e os leões, igualmente, rugindo, irascíveis, como rugia um pistoleiro autêntico dos anos 1950.

Minha terra nem palmeiras tem mais. Os sabiás, então! Cortaram quase todas pra plantar soja e eucalipto, ou pra fazer prédios ilegais. As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam e se calam sob as letras que Vieira atribui ao Maranhão: TCE, TJ, MP, OAB, ALEMA, CVSL, FAMEM… Ah, não eram essas; desculpa Vieira, era M, de Mentir, de Motejar…

Havia palmeiras no sítio Rangedor onde construíram a Assembleia legislativa do Maranhão do M? Quantas foram arrancadas? Depois fizeram uma pistazinha pro povo sorridente fazer umas caminhadas.

Sobrou palmeira? Se sim, já era, pois já, já, serão arrancadas pra fazer a nova sede da Federação dos Municípios. A área de proteção ambiental foi doada pelo governador Brandão para que se arranque aquele mato e se construa alguma coisa, afinal, “é bom para o Maranhão não ter oposição”: “azul teu…”.

O Maranhão é turvo como o “Poema Sujo”. Mas é claro “como água? Como pluma, claro mais que claro claro: coisa alguma”. O Maranhão das cores e das letras, as letras que já foram e as cores que são as cores dos States, da Bolívia, da Jamaica… Ah, meu tesouro, meu torrão!…

Mas a cor do Maranhão é a cor do seu povo. “Escuro. Mais que escuro”… e ainda escravizado, sob o relho dos senhores e dos coronéis. Por que Gullar cantou assim o seu estado? Estado que foi seu e que deixou de ser. A não ser pelos seus poetas reminiscentes, seus eternos poetas… Que não fazem oposição.