E eu me lembro de um episódio (há uma foto de Simone de Beauvoir – nua – ) … A Simone? Não, essa que você pensou é Brigitte Bardot… bom…
Hoje eu queria levar uma ideia com vocês, tipo assim (tá ligado?), um papo-reto (tá ligado?), tá ligado… tá ligado tá ligado?… Sim, essa é a gagueira que toma conta de alguns milhões de brasileiros que fazem questão de votar em quem será eliminado do BBB.
Mas não é só da gagueira de mc guigui, de má, de mari, de gab, de fred… São muitas as gagueiras que assolam, inclusive, os ambientes pensantes do país, como universidades e parlamentos. No livro O nome da Rosa, do escritor, linguista e filósofo Umberto Eco, entre outras coisas um grupo de clérigos se dirige a um monastério para discutir “se Cristo possuía ou não as roupas que usava” e também para investigar por que alguns monges andavam misteriosamente morrendo por lá (por que liam livros proibidos). (leiam o livro).
Hoje quase nenhum livro é proibido no mundo ocidental. Você consegue um exemplar de Safo, ou dos Manuscritos do Mar Morto, ou de A história de O, qualquer um quase, se tiver grana. E são poucos os lugares que livros e escritores ainda são queimados.
Mas parece que os livros e os autores de verdade continuam amaldiçoados, pelo menos em algumas bocas. Paulo Freire, Leonardo Boff, Sade, Cioran são nomes que entortam bocas por aí. Mas, curiosamente, eles estão no google!!! Tem muita gente lá, a Simone de Beauvoir, por exemplo.
E é essa a armadilha. Enquanto uma massa alucinada tá ligada (tá ligado?) no papo-reto do Mc Guimê, só uns gatos pingados estão ligados nos discursos de posse de deputados e senadores e na significância das eleições de mesas diretoras que ocorrem nesta quarta-feira (01) em todas as assembleias do país.
Lugares onde não tem papo-reto (tá ligado?) nas sessões abertas (o papo reto é nos cantos obscuros reservados aos acordos… acooooooordos….). Na nossa Assembleia Legislativa não foi diferente hoje. Tudo normal… normaaaaaaaal…
Com umas exceçõezinhas fraquinhas, quase adolescentes de uns embirrados. Assim foi com o deputado Yglésio (PSB), que no seu discurso de posse reclamou do senador Flávio Dino (PSB) e do seu tenente Ricardo Cappelli, dizendo que foi “mastigado dentro do partido”. Mas, ainda assim votou na chapa única encabeçada pela deputada Iracema vale (PSB), mas, afirmou o médico deputado, “me abstenho de votar na primeira vice-presidência, não pelo deputado Rodrigo Lago, mas pela indicação do ex-governador”.
Mas o grande show do dia ficou com a deputada Ana do Gás (PC do B). Depois de uma fala motivada, ao lado da deputada Mical Damasceno (cujo risinho se percebe na foto que acompanha a matéria), foi buscar nos cantos mais ocultos da filosofia (Pinterest – do Google) uma tirada, papo-reto da filósofa francesa Simone Debulebule Debulevar… E mandou ver… (Quando a deputada Mical Damasceno descobrir quem foi Simone De Bulevar, quer dizer Simone de Beauvoir ela não se senta mais ao lado da deputada Ana do Gás).
Simone de Beauvoir
Numa tarde de 1952, em Chicago (EUA) o fotógrafo Art Shay estava na casa de seu amigo, o escritor Nelson Algren. E notou, um barulhinho no banheiro. Pegou sua câmera e se deparou com a amante de Algren, Simone de Beauvoir, que tomava banho com a porta aberta. Segundo seu companheiro histórico, Jean Paul Sartre, Simone nunca fechava a porta do banheiro.
Lógico que Shay não ia perder aquela chance e começou a fotografar. Aos 44 anos de idade, Simone sequer olhou pra traz, apenas disse: “Você é um menino mau”, e liberou alguns clics para Shay.
Shay era apenas um estagiário da Revista Time e Simone já uma respeitada intelectual, com publicações como O Segundo Sexo ( de 1949), além de outros ensaios e romances. Já estava casada com Jean Paul Sartre há mais de vinte anos.
A escritora, filósofa, ativista política, feminista e teórica social francesa Simone de Beauvoir é uma das mais importantes pensadoras do século XX. Perdida entre tantas proposições revolucionárias é possível encontrar, no Pinterest, a frase que a deputada atribuiu a “Simone da Praça”: “Que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância, já que viver é ser livre.”