Última chamada para os inquilinos do poder se acomodarem em seus devidos lugares.

“Mas qual seria o rumo”? Gritou um marinheiro.

“Navegar a esmo, talvez seja a nossa sina”, foi a resposta do capitão.

Se nos guiarmos pela história, sempre assumimos uma postura de subordinação ao poder central brasileiro, foi assim na Colônia e no Império, época das Grandes Navegações, mas essa Dependência dura até hoje na dita “democracia” e deve durar muito ainda.

O problema continua sendo o rumo a seguir. A máquina administrativa do Estado ainda está a espera das definições políticas em Brasília para terminar de acomodar seus muitos aliados, e o mais impressionante, é a torcida em torno desses nomes em que as escolhas nunca mudaram a realidade da maioria da população maranhense, a não ser é claro dos “teams leaders” que sempre rondam o poder.

A sucessão de problemas começa na falta de planejamento em todas as esferas de poder, seja na câmara municipal onde a LOA é aprovada praticamente sem discussão, onde o debate acabou sendo sobre o pagamento das emendas impositivas, ou na Assembleia Legislativa onde os parlamentares estavam mais preocupados com a composição dos cargos da mesa e o aumento de salários, de brinde, o tradicional “rachid abdalla” dos 151 milhões para as emendas impositivas.

E se havia otimismo para o ano legislativo de 2023, não começamos bem. Tivemos a “maldição” da Mical para os colegas que apresentarem leis que ela julga ser contra Deus e também do deputado de neo-bolsonarista Yglésio Moíses, que numa espécie de rompante binário apresentou um projeto de lei para que o sexo biológico determine o gênero dos atletas profissionais. Fico imaginando como isso influenciaria no campeonato profissional de xadrex? E a confusão que seria no queimado (risos)? Pelo menos ele deve ficar livre da “maldição” da Mical.  De produtivo mesmo, somente o deputado Carlos Lula que propôs um projeto de lei para instituir a política estadual da primeira infância.

No executivo, ninguém ouve falar mais no badalado Maranhão 2050, alardeado na campanha, o plano traria um direcionamento através de projetos técnicos importantes para o Estado. Enquanto isso, assistimos complacentemente a disputa da classe política para quem pega os melhores cargos federais e estaduais, nessas horas pouco importa a esquerda ou a direita do discurso, o importante mesmo é a narrativa de união de todos em prol de um Maranhão melhor, as melhores intenções e  os melhores quadros que são empurrados por osmose. Se não der certo, não nos preocupemos, todo mundo esquece depois, tipo um trecho de uma música dos titãs, “ o gênio de última hora é o idiota do ano seguinte, o último novo rico é o mais novo pedinte”.

Para retratar o papel da população vamos voltar à analogia do mar e as ondas revoltosas como as do boqueirão. Tem uma cena do filme Piratas do Caribe que é genial: dois piratas moribundos dividindo um bote salva vidas depois de um naufrágio, uma sereia aparece e um deles fica encantado, então o outro avisa, se você se deixar levar pelo canto dela vai morrer, então ele mergulha e fala que é melhor ter um minuto de felicidade e morrer ouvindo o canto de uma mulher bonita do que ficar remando no oceano.

A moral da história fica por conta da imaginação de vocês.