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Felipe Camarão está no jogo

A crise mais comentada nas últimas semanas no Maranhão é o rompimento entre os grupos do governador e do seu vice.

Entre os muitos focos de incêndio está à dúvida se Felipe segue no comando da secretária da educação ou não. Muitos deram como certa a  sua saída assim que o governador  retornasse da viagem internacional nesta quinta feira, porém o fato politico do dia foi a reunião do vice governador em Brasília com o presidente da república.

O Secretário de educação que estava sob bombardeio no debate politico local mostrou que também tem força e influência com Lula deixando um recado claro para os incendiários que ainda é um dos principais atores para 2026.

A agenda marcada com agilidade além de demonstrar o prestígio de Felipe é um recado claro do presidente que ao falar em UNIDADE PARA SEMPRE, quer o Maranhão pacificado politicamente e para isso o melhor caminho é manter o acordo firmado sem necessidade de rompimento.

Felipe Camarão precisa agora encarar novos desafios, um deles é ser o líder que o PT precisa, dialogando e apoiando todas as correntes do partido pavimentando a unidade em torno do seu nome para 2026.

 

Marcos Brandão, o cara certo para salvar Duarte Jr

Com a permanência de Felipe Camarão na SEDUC Duarte Jr ficou sem um nome forte para coordenar a sua campanha. O governo tentou Neto Evangelista para a missão, mas esse também declinou e com isso o melhor nome do grupo governista capaz de enfrentar Eduardo Braide segue esvaziado as vésperas da disputa.

Além de ser uma tradição, é uma necessidade que candidatos que disputam a eleição para cargos majoritários tenham um coordenador de campanha com liderança no grupo e uma excelente penetração na classe política.

Em virtude dos últimos acontecimentos e especulações envolvendo o grupo de Carlos Brandão e os remanescentes do grupo Dino,  o único nome que tem peso  para causar uma reviravolta na disputa para prefeitura de São Luís é Marcus Brandão.

O Presidente do MDB no Estado, Diretor de relações institucionais da Assembleia e também irmão do governador é o único nome capaz de unir de fato todos os partidos da base do governo colocando um ponto final no clima de racha entre a base aliada. Além disso, Marcus Brandão foi coordenador na vitória do irmão em 2022 e passado na casca do alho junto a classe política do Maranhão.

O governo precisa parar de olhar os Leões como poder supremo e enxergar a ameaça real que a reeleição de Braide neste ano pode causar em 2026.

Qualquer outro nome que venha ser escolhido demonstrará a intensidade da patada dos Leões nestas eleições.

Governo recebe 475 milhões dos precatórios, mas corta gratificações de funcionários da educação

Por ordem do governador Carlos Brandão a SEMAG, Secretaria de Monitoramento de Ações Governamentais orientou o corte das gratificações vinculadas ao Fundo Estadual de Educação, o chamado salário educação. A medida atingiu diversos servidores da Seduc que é comandada por Felipe Camarão.

O fato curioso é que os funcionários descobriram enquanto estavam prestigiando o evento do Presidente Lula na última sexta.
Segundo fontes não houve explicação para o corte, ainda mais depois do governo ter recebido o repasse de 475 milhões referente aos precatórios.

Para piorar o salário desse mês já vem com o corte mesmo com servidores tendo trabalhado normalmente.

Depois dos últimos passos tudo indica que o governador já está agindo contra Felipe Camarão pavimentando o seu caminho para legitimar a oligarquia dos Orleans e Brandões no Maranhão.

O engodo do maior São João do Mundo

Para entender melhor a origem desse título é preciso voltar um pouquinho no tempo.

O ano era 2022, um ano de eleição para o governo do Estado, Carlos Brandão já era  governador, mas enfrentava dificuldades no eleitorado de São Luís, para conter o avanço de Weverton Rocha e Lahésio Bonfim na capital escalou o vereador Paulo Vitor com o objetivo de trazer os vereadores para o lado governista, missão dada missão cumprida, porém foi obrigado a prometer mundos e fundos aos colegas famintos por espaços atropelando a presidência de Osmar Filho que trabalhava em prol do senador pedetista, mas acabou priorizando a sua eleição e fugiu dessa bola dividida.

Havia também uma demanda reprimida em virtude da pandemia e com dois anos sem São João meus amigos os maranhenses estavam subindo pelas paredes com saudade das festividades.

Paulo Vitor era um rolo compressor, passou por cima de Astro de Ogum que até então tinha muita liderança no segmento da cultura popular, mas sem força no governo teve que assistir de camarote a ascensão do PV que foi pra cima e bradou aos quatro cantos que iria fazer o maior São João do mundo, nunca fez, porém nascia ali a maior forçação  de barra da história da nossa cultura colocando o nosso São João como o maior do mundo.

De resultado pouco efetivo para quem realmente faz a cultura do Maranhão e invencionices como uma travessia boieira e bandeirinhas na ponte do São Francisco, Paulo Vitor virou secretário de cultura trazendo na bagagem um modelo aprimorado de gestão para a pasta, a SECMA como produtora de eventos nacionais, se antes era mais tímida a contratação de artistas de outros estados, agora a turma do PV estava no palco, no som e na luz, vumbora que vai dar certo, esse era o lema segurando a mangueira em cima do carro pipa.

Não deu, o homem que peitou Braide achando que ia ser vitorioso deu um passo maior que a perna, queimou a largada e na disputa midiática com o prefeito levou a pior, não conseguiu nem arranhar a imagem do chefe do executivo municipal, perdeu a secretaria de cultura e não conseguiu sequer ser candidato a prefeito pelo grupo do governador.

Para a cultura deixou o seu maior legado, Yuri Arruda, um gestor que disse abertamente que para ser secretário de cultura não precisa entender de cultura, não precisamos falar mais nada não é?

Mas o resultado está posto, verbas milionárias e antecipadas para atrações nacionais de outros segmentos enquanto as brincadeiras maranhenses ficam um ano sem receber os valores ínfimos que não representam o seu valor, a praia grande que é o nosso maior atrativo turístico sem as tradicionais bandeirinhas e sem um arraial sequer, verbas que deviam ser destinadas ao fomento entregues a empresas privadas para exploração de camarotes e por ai vai.

Será que podemos chamar isso de maior São João do Mundo mesmo?

Segundo a revista da companhia aérea azul em sua matéria especial de capa desse mês, o São João do Maranhão não foi colocado sequer entre os dez destinos mais procurados do nordeste, ou seja, a demanda de turistas para São Luís nesse período não é essa coisa toda que o governo tenta empurrar goela abaixo, mas acredita quem quiser ou pelo menos fingir que é verdade, mas que é vergonhoso isso é.

A indicação para o TCE é imoral, é ilegal ou engorda ?

O deputado Carlos Lula do PSB subiu a tribuna da Assembleia Legislativa para colocar seu nome para a vaga de conselheiro do TCE e mais do que isso, apontou três irregularidades regimentais que tinham por objetivo dificultar a entrada de outros nomes na disputa.

A primeiro ponto apresentado por Lula aponta um erro crasso da falta de conhecimento básico do atual regimento da casa onde está claro que qualquer cidadão pode se candidatar a uma vaga no TCE.  O deputado fez questão de lembrar a presidência da casa que a manobra que exige o mínimo de 14 assinaturas de membros do colegiado é ilegal e inconstitucional por ser norma impeditiva presente no regimento de 1990 que já foi totalmente revogado.

Outro erro apresentado foi o limite de idade entre 35 e 65 anos, quando o correto é ter entre 35 e 70 anos.

O último erro regimental mostrado por Lula que pode parecer simples, mas que na verdade tem caráter intimidatório. A votação não pode ser aberta como proposto. Os deputados precisam ter seu voto preservado em sigilo para garantir que a escolha não sofra pressão nem do executivo e nem da presidência da casa.

No campo político, o discurso de Carlos Lula acendeu a luz de alerta nas hostes governistas, afinal o ato de confrontar um nome ungido pelo governador pode ser considerado como o marco zero do nascimento da oposição no Estado, Um claro sinal de que o nome de Flávio Costa foi empurrado goela abaixo tirando uma prerrogativa que o parlamento teria de indicar bons quadros presentes na casa.

Depois da aula regimental de Carlos Lula, a presidenta Iracema Vale disparou um release através da imprensa aliada onde tentou esclarecer os erros na condução que impõe o nome de Flavio Costa para o TCE. A deputada se limitou a dizer que vai consultar a assessoria jurídica e que deve seguir a constituição estadual. Mas fez questão de reiterar que apoiará Flávio Costa para defender a unidade do grupo político do governador num claro movimento que atesta a interferência direta do executivo no processo de escolha.

Podemos dizer que Carlos Lula venceu a primeira batalha, porém tudo leva a crer a que a maioria da casa deve votar com o governo sem nem levar em consideração que o preferido da família Brandão sequer preencher os requisitos necessários para o cargo,

E assim diria o rei Roberto Carlos.

Paro pra pensar, mas eu não posso mudarQue culpa tenho eu? Me diga, amigo meuSerá que tudo que eu gosto e ilegal, é imoral. Ou engorda?

 

 

 

 

 

 

 

Novo secretário de segurança. A última ponte entre Brandão e Dino

O governo festivo de Brandão tenta a todo custo vender uma eficiência e unidade da classe politica em torno do seu nome.

Está claro que o governador vem fazendo um esforço tremendo para criar a narrativa de que é uma unanimidade entre todas as lideranças do Estado, bem diferente do governo Dino onde os campos de oposição e situação eram bem definidos.

A estratégia de Brandão é clara, ele precisa ter apoio total para ser maior do que Flávio e em pouco tempo ser a maior liderança do Maranhão com musculatura eleitoral para conseguir manter seu grupo no poder garantindo seu futuro e de sua família sem depender do ex governador que até então é o maior cabo eleitoral desse Estado.

Mas a verdade é que tais narrativas estão bem distantes de realidade e apesar do esforço midiático, a eficiência da gestão o governo ainda não disse a que veio. Funcionários terceirizados da área da saúde e educação estão com meses de salários atrasados, centenas de obras paralisadas, nepotismo claro em todas as esferas de poder, greve dos professores e sequer temos o novo nome do secretário de segurança.

A segurança é um capitulo a parte e um ponto crucial na relação Brandão e Dino.

Se Flávio Dino pudesse voltar ao ano de 2018 com certeza ele não teria mantido Brandão na chapa majoritária. O vice governador na época se recolheu e aguardou pacientemente a sua vez. Depois que sentou na cadeira Carlos Brandão passou a promover gradativamente volta do quase esquecido grupo Sarney ao poder, grupo que por sinal ele sempre fez parte, mas sorrateiramente fingiu não ser mais.

A tensão entre os dois é latente, Flavio desenhou o tabuleiro para garantir o protagonismo do seu grupo no poder, mas parece não ter percebido as reais intenções de Brandão que era a volta do campo conservador ao comando do Estado e nomes como Adriano Sarney, Sergio Macedo e Iracema Vale demonstram claramente o distanciamento entre as duas maiores lideranças do Maranhão na atualidade.

A queda de braço está formada e o nome do novo secretário de segurança pode ser o fator crucial para o azedamento de vez dessa relação. Brandão e seu irmão Marcus querem Raimundo Cutrim para o comando da segurança, mas Flávio já deu o recado e disse que não aceita um inimigo pessoal no comando da pasta que é estratégica para o ministro da justiça.

Vamos aguardar o desfecho, mas por enquanto o casamento que hoje é somente de aparências está mantido, mas pelo desenrolar dos fatos o rompimento pode ser iminente, inclusive com Brandão deixando o PSB e assumindo de vez o campo conservador do qual sempre fez parte.

 

Executivo & Legislativo ou Executivo X Legislativo? A população ainda existe

Se pousarmos o olhar sobre as duas casas legislativas, a Câmara de Vereadores de São Luís e a Assembleia Legislativa do Maranhão, teremos a necessidade de sombrear a testa, de cerrar os olhos, de desconfiar, de questionar como andam as relações nessas “casas do povo” em busca de alguma compreensão.

Vivemos duas realidades estranhas. Esse é o nome. Estranho é aquilo que não devia ser, que se apresenta distorcido, indefinível. E como se trata de uma situação pública (ou pelo menos devia ser), essa estranheza, essa indefinição, se torna mais preocupante. Lembrando que entre outras, a função das duas casas legislativas é fiscalizar os executivos, apreciar as demandas desses e fazer a ligação deles com a população: as assembleias são a casa do povo!

Apesar de o prefeito Eduardo Braide (PSD) ter comparecido na manhã desta segunda-feira (06) à abertura dos trabalhos da Câmara Municipal, o clima entre executivo e legislativo municipais continua azedo, e cada vez mais; a ponto de, sequer, a prefeitura ter um líder na casa, cargo abandonado pelo vereador Raimundo Penha (PDT) ainda no ano passado. E cargo que ninguém se mostra interessado em ocupar.

Na assembleia legislativa se dá ao contrário. Parece que o chefe da casa é o govenador Carlos Brandão (PSB) e não da sua presidente, Iracema Vale (PSB). O que se vê é o governador apaziguando todas as quimeras ali geradas. Foi ele, por exemplo, quem definiu quem presidiria a casa e até quem seria o vice, resolvendo contenda dentro até do partido alheio (caso entre Ana do Gás e Rodrigo Lago, os dois do PC do B).

Agora é a vez da formação das comissões permanentes, sendo a Comissão de Constituição e Justiça a mais importante e mais cobiçada. Coincidentemente, o nome mais forte para ocupar a presidência da CCJ é o deputado Carlos Lula (PSB), do partido de Brandão. Dizem que Lula foi rifado na composição da mesa, e que a presidência da CCJ seria uma compensação.

Então é só coincidência mais um cargo no controle do grupo do governo. Só lembrando que a ALEMA deveria ser um contrapeso nas ações do governo, um fiscal; mas aí fica que nem flanelinha, que recebe um troco e diz que foi o caminhão de lixo que amassou o carro? Ou não?

Uma das coisas recentes mais chocantes, e que ficou no vento, como poeira ordinária, foi a declaração dos ex-ministro do meio ambiente de Bolsonaro, eleito deputado federal Ricardo Sales, com a história de “aproveitar pra passar a boiada”, sobre toda a legalidade e toda a moralidade. Por isso hoje mais de cinco mil garimpeiros estão na Terra Ianomâmi e os indígenas morrendo a toque de boiada passando a porteira.

O que move o mundo democrático é o desequilíbrio, sob a busca do equilíbrio. Nenhuma ordem pode ser inquestionável, nenhum pensamento, nenhuma ação, nem pro bem, nem pro mal a despeito de subir um odor de totalitarismo. É bom a imprensa (é isso mesmo, a imprensa… ah… sei, a imprensa) e os reguladores sociais (?) abrirem o olho. O embate entre executivo e legislativo é saudável, desejável, e imprescindível. E que haja acordos e desacordos. Tudo em prol da democracia, do republicanismo e da população (isso mesmo, ela ainda existe).

Vamos discutir, vamos discordar. Até por que, como disse Nelson Rodrigues “Toda unanimidade é burra”. Ou será que agora a unanimidade tem outro nome?