O Tribunal de Justiça do Maranhão fará a abertura nesta sexta-feira (10), no Fórum Desembargador Sarney Costa, da Exposição “Maria Firmina dos Reis – 200 anos inspirando humanidades. A exposição possibilitará aos visitantes conhecer melhor o legado da romancista maranhense.

A abertura acontece na semana em que se comemora o Dia da Mulher Maranhense – celebrado no dia 11 de março – data que também se comemora o aniversário de Maria Firmina, mulher negra que marcou a história do Brasil no século XIX. A cerimônia acontecerá às 9h, na Galeria do Fórum Desembargador Sarney Costa, localizado na Avenida Professor Carlos Cunha, no bairro do Calhau. Magistrados (as), servidores (as) e o público em geral poderão prestigiar a exposição durante o horário de funcionamento do Fórum (8h às 18h).

O evento é organizado pelo Comitê de Diversidade do TJMA e o Museu Desembargador Lauro de Berredo Martins, que têm como coordenadores, respectivamente, o juiz Marco Adriano Ramos Fonsêca e Cíntia Valéria Costa Andrade.

A Exposição faz parte das homenagens ao Bicentenário de Maria Firmina, comemorado em 2022 pelo Poder Judiciário do Maranhão. A abertura aos públicos interno e externo iniciou em agosto do ano passado e recebeu cerca de mil pessoas durante três meses.

Maria Firmina dos Reis:

A escritora Maria Firmina dos Reis nasceu em 11 de março de 1822, em São Luís, no estado do Maranhão. Por isso, o 11 de março, em sua homenagem, é o Dia da Mulher Maranhense. Era filha da escrava alforriada Leonor Felipa dos Reis e, possivelmente, de João Pedro Esteves, um homem rico da região. Além de escritora, foi professora primária, de 1847 a 1881, e musicista.

Úrsula, um romance abolicionista, é sua obra mais conhecida e foi publicado em 1859, com a autora usando o pseudônimo de Uma Maranhense. A partir daí, Maria Firmina dos Reis passou a escrever para vários jornais, nos quais publicou alguns de seus poemas. Escreveu uma novela, um conto, publicou um livro de poesias, além de composições musicais.

Além de escritora, foi professora, musicista e a criadora da primeira escola mista do Brasil. Sua obra consiste em uma novela indianista chamada Gupeva (1861), o livro de poesias Cantos à beira-mar (1871), o conto A escrava (1887), além de composições musicais.

Em 1880, adquiriu o título de mestra régia. Nesse mesmo ano, criou uma escola gratuita para crianças, mas essa instituição não durou muito. Por ser uma escola mista, a iniciativa da professora, na época, provocou descontentamento em parte da sociedade do povoado de Maçaricó. Assim, a escritora e professora entrou para a história como a fundadora, segundo Zahidé Lupinacci Muzart (1939-2015), da “primeira escola mista do país”. Já aposentada, continuou lecionando em Maçaricó para filhos de lavradores e fazendeiros.