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Governo recebe 475 milhões dos precatórios, mas corta gratificações de funcionários da educação

Por ordem do governador Carlos Brandão a SEMAG, Secretaria de Monitoramento de Ações Governamentais orientou o corte das gratificações vinculadas ao Fundo Estadual de Educação, o chamado salário educação. A medida atingiu diversos servidores da Seduc que é comandada por Felipe Camarão.

O fato curioso é que os funcionários descobriram enquanto estavam prestigiando o evento do Presidente Lula na última sexta.
Segundo fontes não houve explicação para o corte, ainda mais depois do governo ter recebido o repasse de 475 milhões referente aos precatórios.

Para piorar o salário desse mês já vem com o corte mesmo com servidores tendo trabalhado normalmente.

Depois dos últimos passos tudo indica que o governador já está agindo contra Felipe Camarão pavimentando o seu caminho para legitimar a oligarquia dos Orleans e Brandões no Maranhão.

Maranhão: “um bicho que o universo fabrica e vem sonhando desde as entranhas”

turvo turvo
                                       a turva
                                       mão do sopro
                                       contra o muro
                                       escuro
                                       menos menos
                                       menos que escuro
menos que mole e duro menos que fosso e muro: menos que furo
                                       escuro
                                       mais que escuro:
                                       claro
como água? como pluma? claro mais que claro claro: coisa alguma
                                       e tudo
                                       (ou quase)
um bicho que o universo fabrica e vem sonhando desde as entranhas
                                       azul
                                       era o gato
                                       azul
                                       era o galo
                                       azul
                                       o cavalo
                                       azul
                                       teu cu

                                                                         (Poema Sujo – Ferreira Gullar)

 

O Maranhão é esta terra onde o poeta Gonçalves Dias morre na costa, no litoral; morre na praia, já quase chegando. O Maranhão é este eterno quase “quase”. É esta terra que expulsa Aluízio, Ferreira, Mendonça… O Maranhão é a Terra do Nunca: onde “azul era o gato, azul era o galo, azul o cavalo, azul…”, o local de tirar políticos.

Lembram-se do filme o Exterminador do Futuro (aquele que o exterminador do mal era líquido)? Pois assim é o Maranhão. Ele se transforma nas formas que precisa, que quer… “Um tipo de amor que é pobre, e às vezes nem é honesto”. “Ave, palavra!” Como diria Guima.

Assim são os políticos do Maranhão: se transformam em religiosos (como fez Mussolini), em comunistas, em liberais, em poetas, ou simplesmente demostram o pior do que são quando já não tem motivos pra se esconder ou oposição.

O Maranhão é poético por essência, disso não duvidem. É uma eterna metáfora! (Aff, Gerald, as metáforas!…); o tijolo do fazer poético. “Tijolo por tijolo, num desenho ilógico…”. Mas sempre morre estatelado no asfalto (ou na ausência de asfalto), como um pardal de William Carlos Williams. Mas é uma Fênix!

Quando Flávio Dino foi governador (o segundo balaio. Balaio?) desmontou-se a oligarquia. “Que oligarquia?” – Diria Dino no dia seguinte. E o povo estupefato (e pobre, pobre de marré, marré, marré…) com suas bandeiras brochadas, e os leões, igualmente, rugindo, irascíveis, como rugia um pistoleiro autêntico dos anos 1950.

Minha terra nem palmeiras tem mais. Os sabiás, então! Cortaram quase todas pra plantar soja e eucalipto, ou pra fazer prédios ilegais. As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam e se calam sob as letras que Vieira atribui ao Maranhão: TCE, TJ, MP, OAB, ALEMA, CVSL, FAMEM… Ah, não eram essas; desculpa Vieira, era M, de Mentir, de Motejar…

Havia palmeiras no sítio Rangedor onde construíram a Assembleia legislativa do Maranhão do M? Quantas foram arrancadas? Depois fizeram uma pistazinha pro povo sorridente fazer umas caminhadas.

Sobrou palmeira? Se sim, já era, pois já, já, serão arrancadas pra fazer a nova sede da Federação dos Municípios. A área de proteção ambiental foi doada pelo governador Brandão para que se arranque aquele mato e se construa alguma coisa, afinal, “é bom para o Maranhão não ter oposição”: “azul teu…”.

O Maranhão é turvo como o “Poema Sujo”. Mas é claro “como água? Como pluma, claro mais que claro claro: coisa alguma”. O Maranhão das cores e das letras, as letras que já foram e as cores que são as cores dos States, da Bolívia, da Jamaica… Ah, meu tesouro, meu torrão!…

Mas a cor do Maranhão é a cor do seu povo. “Escuro. Mais que escuro”… e ainda escravizado, sob o relho dos senhores e dos coronéis. Por que Gullar cantou assim o seu estado? Estado que foi seu e que deixou de ser. A não ser pelos seus poetas reminiscentes, seus eternos poetas… Que não fazem oposição.

Precisamos ser indígenas¹ sem nos fantasiar

O antônimo de “indígena” é “alienígena”, ao passo que o antônimo de índio, no Brasil, é “branco”… Essas palavras indígenas têm vários significados descritivos, mas um dos mais comuns é “inimigo”, como no caso do yanomami ‘napë’, do kayapó ‘kuben’ ou do araweté ‘awin’. Ainda que os conceitos índios sobre a inimizade, ou condição de inimigo, sejam bastante diferentes dos nossos…

Eduardo Viveiros de Castro

 

O carnaval é como esses mostrossauros de trocentos metros de comprimentos e multitoneladas de peso, misturados com os mitos de Sísifo e da Fênix. Ou seja, é essa coisa formidável (nos dois sentidos), que nasce e morre o tempo todo, sem deixar de carregar sua pedra morro acima, a mesma pedra que rola novamente.

Sim, acabou o carnaval, morre Baco, vem a quarta-feira de cinzas e a quaresma (há os que fazem o sacrifício de não comer carne vermelha durante a quarentena – !!!!!). Como poetou Vinícius: “Acabou nosso carnaval, ninguém ouve cantar canções, ninguém passa mais cantando feliz…”. Mas a “sexta-feira gorda” é só o começo!

Quinta-feira que vem, teremos as estatísticas: mortes, feridos, acidentes, estupros, feminicídios, prisões, número de celulares roubados, documentos perdidos… tantas coisas perdidas no meio dessa catarse coletiva, que é o carnaval.

As escolas de samba (escolas?!) estão zangadas por que o prefeito deu só um dinheirinho (e em cima da hora) pra elas brincarem o carnaval. Mas não faltam trios elétricos, shows, atrações nacionais, tudo “de grátis” para aplacar a fúria (fúria?) do cidadão, quer dizer, brincante; quer dizer, cidadão; quer dizer…

Esta semana passou uma entrevista na TV Senado com Ailton Krenak, onde ele citou o Eduardo Viveiros de Castro. Vou deixa assim, soltos, estes dois nomes… Impossível não lembrar uma conversa de redação onde jornalista de quase 40 anos de idade não sabia quem era Marilena Chauí. Bom, melhor não deixar os nomes soltos. O escritor indígena (traduzido para dezenas de línguas) Ailton Krenak é um indígena brasileiro, escritor, filósofo, ambientalista. Krenak não acredita em “sustentabilidade”, essa palavra que não sai da boca da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Para entender melhor o Krenak é só recorrer ao antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, em minha opinião, uma das maiores e melhores manifestações do libertário que temos no agora (verdadeiros “Lances de Agora” pra citar outro Viveiros).

Com esses dois aprendemos o quanto é bom, e o quanto é necessário ser indígena, mesmo sem ser índio. Como, por exemplo, o agricultou Vicente de Paula, Morador do povoado Carrancas, em Buriti – MA, cuja terra vem sendo engolida pela soja. Ninguém faz o Vicente deixar de ser indígena, porque ninguém arranca seu devir, seu coração.

Mas o Vicente não é uma estatística do carnaval. Na verdade, não é uma estatística e se estende por todo o ano. A luta do Vicente e de milhares de pessoas iguais a ele, de comunidades tradicionais, ou seja, indígenas (no conceito de Viveiros de Castro), essa população invisibilizada pelos projetos capitas e de comunicação não vai entrar nas estatísticas de carnaval. É uma população está sendo lenta e progressivamente exterminada, e para o proveito de poucos, num projeto de poucos, para o mal de todos.

Como escreve Viveiros de Castro: “E nesse sentido, muitos povos e comunidades no Brasil, além dos índios, podem se dizer, porque se sentem, indígenas muito mais que cidadãos. Não se reconhecem no Estado, não se sentem representados por um Estado dominado por uma casta de poderosos e de seus mamulengos e jagunços aboletados no Congresso Nacional demais instâncias dos Três Poderes”.

O Brasil é uma barragem cheia de pequenos vazamentos que um belo dia apresenta uma grande rachadura. Então se começa a tapar os pequenos vazamentos…

 

Notas:

1 – “A palavra ‘indígena’ vem do «lat[im] indigĕna,ae “natural do lugar em que vive, gerado dentro da terra que lhe é própria”, derivação do latim indu arcaico (como endo) > latim] clássico in- “movimento para dentro, de dentro” + -gena derivação do rad[ical do verbo latino gigno, is, genŭi, genĭtum, gignĕre “gerar”; Significa “relativo a ou população autóctone de um país ou que neste se estabeleceu anteriormente a um processo colonizador” …; por extensão de sentido (uso informal), [significa] “que ou o que é originário do país, região ou localidade em que se encontra; nativo”. (Dicionário Eletrônico Houaiss).

Maranhão apresenta Índice Nacional da Construção Civil mais alto do nordeste, em janeiro

O Maranhão marca o maior alta do nordeste no Índice Nacional da Construção Civil. A média nacional ficou em 0,31% em janeiro, o Maranhão marcou o dobro, ficando com 0,62% de alta.

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) apresentou variação de 0,31% em janeiro, ficando 0,23 ponto percentual acima da taxa de dezembro de 2022 (0,08%). Em relação a janeiro de 2022 (0,72%), a taxa foi menor em 0,41 ponto percentual. Os últimos doze meses foram para 10,45%, resultado próximo aos 10,90% registrados nos doze meses imediatamente anteriores.

custo nacional da construção, por metro quadrado, que em dezembro fechou em R$ 1.679,25, passou em janeiro para R$ 1.684,45, sendo R$ 1.000,94 relativos aos materiais e R$ 683,51 à mão de obra.

Em janeiro, a parcela dos materiais apresentou variação de -0,03%, iniciando o ano com queda de 0,1 ponto percentual em relação a dezembro do ano anterior (0,07%). Vale ressaltar que a última taxa negativa observada nesse segmento foi em dezembro de 2019 (-0,13%). Considerando o índice de janeiro de 2022 (0,63%), houve queda de 0,66 ponto percentual.

Já a mão de obra, com taxa de 0,81%, impulsionada pelo reajuste no valor do salário-mínimo, registrou aumento de 0,73 ponto percentual em relação a dezembro do ano passado (0,08%). Com relação a janeiro de 2022, houve queda de 0,06 ponto percentual (0,87%).

O resultado acumulado dos últimos doze meses ficou em 9,30% na parcela dos materiais e 12,11% na parcela da mão de obra.

Região Norte registra maior variação mensal no primeiro mês do ano

A Região Norte, com alta em 5 dos seus 7 estados, destacando-se Amazonas (1,07%) e Tocantins (1,04%), ficou com a maior variação regional em janeiro, 0,71%. As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 0,03% (Nordeste), 0,54% (Sudeste), 0,00% (Sul) e 0,25% (Centro-Oeste).

Em janeiro, Minas Gerais registra a maior alta

Com reajuste observado nas categorias profissionais, Minas Gerais foi o estado que registrou a maior taxa no primeiro mês do ano, 1,99%.

SINAPI – Janeiro de 2023

COM desoneração da folha de pagamento

de empresas do setor da construção civil

CUSTOSNÚMEROSVARIAÇÕES PERCENTUAIS
ÁREAS GEOGRÁFICASMÉDIOSÍNDICES
R$/m2JUN/94=100MENSALNO ANO12 MESES
BRASIL 1684,45843,210,310,3110,45
REGIÃO NORTE 1709,77851,890,710,7112,11
Rondonia1754,44978,390,130,1315,88
Acre1802,17956,290,110,1110,58
Amazonas1696,73830,641,071,0715,00
Roraima1774,10736,88-0,30-0,3012,26
Para1696,38813,430,890,8910,47
Amapa1613,00783,46-0,10-0,1012,23
Tocantins1756,15923,331,041,0410,66
REGIÃO NORDESTE 1561,05843,050,030,038,91
Maranhão1584,41834,800,620,629,75
Piaui1548,321029,030,030,038,21
Ceara1543,51891,640,000,008,90
Rio Grande do Norte1548,15780,280,360,3615,72
Paraiba1590,33879,37-0,07-0,079,98
Pernambuco1549,60828,44-0,09-0,0911,84
Alagoas1509,33753,980,230,236,42
Sergipe1484,27788,670,580,589,69
Bahia1581,54837,25-0,28-0,285,92
REGIÃO SUDESTE 1744,44835,050,540,5410,40
Minas Gerais1641,33903,201,991,9911,43
Espirito Santo1534,67851,33-0,62-0,627,90
Rio de Janeiro1839,93838,480,100,109,24
São Paulo1785,10806,210,020,0210,51
REGIÃO SUL 1761,86842,620,000,0010,13
Parana1736,43830,340,090,0910,16
Santa Catarina1905,861032,00-0,05-0,0510,84
Rio Grande do Sul1665,77755,97-0,12-0,129,23
REGIÃO CENTRO-OESTE1727,02881,660,250,2513,98
Mato Grosso do Sul1678,87789,690,310,3111,80
Mato Grosso1770,231009,79-0,02-0,0219,69
Goias1688,83891,970,910,9112,27
Distrito Federal1755,54775,21-0,30-0,3010,48

SINAPI – Janeiro de 2023

SEM desoneração da folha de pagamento

de empresas do setor da construção civil

CUSTOSNÚMEROSVARIAÇÕES PERCENTUAIS
ÁREAS GEOGRÁFICASMÉDIOSÍNDICES
R$/m2JUN/94=100MENSALNO ANO12 MESES
BRASIL 1789,58895,080,340,3410,52
REGIÃO NORTE 1807,28900,590,680,6812,02
Rondonia1856,341035,010,090,0915,65
Acre1898,991008,060,170,1710,25
Amazonas1792,63877,891,011,0114,85
Roraima1883,42782,13-0,29-0,2912,11
Para1793,10859,470,840,8410,46
Amapa1706,93829,08-0,07-0,0712,10
Tocantins1856,28976,231,081,0810,77
REGIÃO NORDESTE 1652,89892,880,070,078,99
Maranhão1676,98883,700,600,609,75
Piaui1638,831088,870,110,117,99
Ceara1632,09942,250,060,068,96
Rio Grande do Norte1637,69825,320,380,3815,71
Paraiba1684,41931,32-0,06-0,069,93
Pernambuco1640,06876,97-0,08-0,0811,89
Alagoas1599,91799,570,300,306,68
Sergipe1568,54833,650,660,669,91
Bahia1676,91886,83-0,21-0,216,09
REGIÃO SUDESTE 1858,80889,280,590,5910,59
Minas Gerais1740,77957,662,232,2311,83
Espirito Santo1626,97902,50-0,60-0,607,94
Rio de Janeiro1963,93895,580,110,119,25
São Paulo1906,32860,99-0,01-0,0110,70
REGIÃO SUL 1880,52899,140,000,0010,25
Parana1856,68887,740,090,0910,39
Santa Catarina2038,711104,21-0,04-0,0410,73
Rio Grande do Sul1768,08802,55-0,11-0,119,45
REGIÃO CENTRO-OESTE1828,36933,350,270,2713,98
Mato Grosso do Sul1776,15834,770,300,3011,75
Mato Grosso1872,161068,090,020,0219,66
Goias1790,14944,840,920,9212,27
Distrito Federal1858,95821,16-0,29-0,2910,61

Fonte: IBGE