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Braide e o preço do isolamento

A crise do carro do milhão finalmente atingiu o prefeito de São Luís. Lembram daquele velho ditado popular? “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Então, agora ficou nítido que rachou.

Braide, que já vinha com a imagem sendo desgastada pelos escândalos de Juju & Cacaia, com seu carnaval abençoado, além da demissão coletiva da CPL, depois que veio a tona um contrato suspeito de 18 milhões sentiu o golpe, e visivelmente abatido, acabou se comprometendo nas explicações.

O prefeito parece não ter assistido as matérias em rede nacional do caso e como também não tem secretário de comunicação, não percebeu que foi desmentido em cadeia nacional ao afirmar que mandou seu posicionamento para alguns veículos locais e estaduais.

Errou também ao afirmar que só conhece o caso através da imprensa; como assim Prefeito? Quer dizer que o senhor demite um funcionário um dia depois do carro do milhão ser descoberto sem saber de nada, só com o que saiu na imprensa? Que tipo de gestor é o senhor que demite sem ouvir uma pessoa que trabalha para sua família há anos, sem pelo menos ouvir a sua versão? Simplesmente não tem cabimento, ainda mais essa postura sendo recorrente quando também foi implacável com Marcos Duailibe e a demissão coletiva da CPL.

Porém, o mais apelativo e com uma boa dose de dissimulação é usar a família como escudo, seja usando o falecimento da mãe para se colocar como vítima ou jogando no colo do irmão a responsabilidade pelo “carro do milhão” e ainda pedindo punição “doa a quem doer”, um claro sinal de que o mais importante é preservar a sua imagem.

É preciso olhar para trás e enumerar alguns casos que reforçam o comportamento e a vontade do prefeito em ter um governo isolado e personificado em torno do seu nome.

Na Secretaria de Comunicação, Joaquim Haickel, que diziam as bocas miúdas que era uma indicação do grupo Sarney, não aguentou o isolamento e saiu deixando o caminho aberto para Igor Almeida, que já despachava direto com o prefeito; porém mais tarde Igor acabou sendo a próxima vitima e entregou o cargo pelas redes sociais sem ao menos agradecer. Segundo alguns comentários de bastidores, Braide deu de ombros para a mídia tradicional priorizando a sua comunicação através das redes sociais, isso deixou o secretário de mãos atadas e com uma relação delicada com a imprensa.

Na politica também o mesmo modelo de atuação, depois da eleição de 2022 já começou isolar e asfixiar os espaços do Weverton Rocha e do ex senador Roberto Rocha atrasando pagamentos sem sequer atender Liviomar Macatrão na secretária.

Hoje, Braide está politicamente isolado. Dos poucos vereadores da sua base nenhum se manifestou publicamente o defendendo. Os dois deputados federais da sua base também não se posicionaram.

Resta a ele se agarrar no apoio que ainda vem das redes sociais, mas sabemos também que uma boa parte dessas manifestações é composta por perfis recém-criados e com pouquíssimas posts pessoais, dando a entender que são fakes com a missão de comentar nos postagens que citam o prefeito.

Existe também uma parcela que é de funcionários comissionados que são obrigados a se posicionar ou correm o risco de perder o emprego e, é claro, os apoiadores orgânicos que se dividem entre apoiadores reais e aqueles seguidores de celebridades que se contentam com o anúncio de Joelma para o próximo show na cidade.

A empolgação do Braide é tanta pelas redes sociais que ele sequer percebeu que o mundo virtual acaba sendo uma fuga para as pessoas solitárias e com dificuldades reais de relacionamento, além disso, a dopamina estimulada pelo prazer da sua validação em cada postagem cria uma falsa sensação de popularidade que parece estar ofuscando a sua visão da realidade.

O vídeo foi à prova cabal de que Braide está bem longe de ser um especialista em comunicação e a falta de importância que deu para o segmento ainda vai causar muitos desgastes até as eleições, mas talvez ele perceba a tempo a necessidade de um profissional da área do lado e de confiança, porém com histórico de queimação de nomes será difícil achar alguém que confie totalmente na palavra do prefeito.

 

Honestidade, trabalho e humildade, as facetas do manual de popularidade de Eduardo Braide

O prefeito de São Luís é uma espécie de político pré fabricado, daqueles que copiam um pouco de cada um para moldar o seu personagem.

Inteligente e habilidoso nas redes sociais, Eduardo Braide vem passando a imagem de que trabalha pela manhã, tarde, a noite e até de madrugada, tal qual Edivaldo Holanda Jr as vésperas da eleição de 2016, quando começou de fato a trabalhar e não adiantou nem o tio Fábio mostrar como era feito o truque no estúdio, o povo acreditou mesmo no personagem de camisa azul caminhando pela cidade.

Braide também tenta parecer descolado como o seu xará Eduardo Paes no Rio de Janeiro ao anunciar o show da Madonna, qualquer semelhança com o Alok por aqui foi mera coincidência não é verdade? Bem que ele poderia imitar o prefeito do Rio e anunciar o estádio do Moto Club seu time de coração, uma vez que em quase quatro anos de poder não deu uma ajuda sequer ao clube que diz torcer.

Agora quando o assunto é escândalos o prefeito de São Luís parece muito com o ex presidente Jair Bolsonaro, lembram do caso do Bebianno e os laranjas do PSL? E as demissões do comando da Policia Federal para proteger a família?

Pois é, nesse aspecto o prefeito é a cópia do Bolsonaro, não pensa duas vezes para se afastar dos escândalos que possam macular a atuação de honestidade, nem que para isso seja detonar auxiliares sem pena e quando os elementos estão próximos demais, entra o personagem que adota o silêncio e que é perseguido pelos poderosos.

Outra faceta de Braide é o isolamento, afinal é melhor ter o poder centralizado no núcleo familiar e num circulo fechado de amigos do que dar espaço a gestores que ofusquem seu personagem, afinal todo poder deve ser do príncipe.

De todas as inspirações que compõe o personagem politico de Eduardo Braide talvez seja a de Maquiavel a mais latente. Intencionalmente ou não, o prefeito construiu uma relação com seus seguidores nas redes sociais onde o “poder deixa de ser um vício dos poderosos e torna-se uma constante da natureza humana antes de toda política”. Ao observar o comportamento do homem sem nenhuma piedade, Maquiavel acaba projetando uma lista negativa do caráter humano, porém ele também faz um alerta, “um povo totalmente contaminado pela corrupção não pode viver livre mais do que um curto período”.

E o tempo está fechando para o prefeito, o silêncio e a fuga para o pão e circo do aniversário da cidade teve que ser antecipada, mas o clima é desconfiança depois do escândalo do milhão que envolve assessores e membros da sua família.

 

Braide manda mais um para a “Fogueira das Vaidades”

Um olhar sobre a notícia

Para analisar com mais profundidade essa crise na Secult é preciso relembrar a demissão na Semcas, onde 90 servidores foram demitidos por suspeitas de favorecimento em contratos no valor de R$ 1.7 milhão com a empresa AD Infinitum, que ganhou quatro pregões para fornecer fraldas descartáveis, alimentos perecíveis e não perecíveis.

A crise recente na Secult traz uma comparação no mínimo curiosa e inversamente proporcional à força aplicada na Semcas. O Prefeito Eduardo Salim Braide deixa claro que não tem pudor ao se colocar de fora de um problema que era de seu total conhecimento.

A empresa Juju e Cacaia – Tu és uma Benção foi a única interessada e, consequentemente, selecionada para um chamamento público para realizar o carnaval em São Luís, pelo valor de R$6.9 milhões. A tramitação foi muito rápida, sem prazos e burocracia, quase na instantaneidade de um milagre ou um chamamento divino, uma verdadeira benção.

O instituto, que é uma benção, alega estar tudo dentro da normalidade e acredito que deva estar mesmo, afinal Juju e Cacaia já vem trabalhando normalmente com a prefeitura, como no contrato firmado com a Fundação do Patrimônio Histórico no valor de R$798.000,00. O instituto comandando por Katia Bógea pretende erguer um monumento em homenagem ao Complexo Cultural do Bumba-Meu-Boi do Maranhão. Dessa forma, presume-se que teremos um boi de 800 mil reais na avenida Vitorino Freire e qualquer semelhança com o Touro de Ouro do Centro Histórico de São Paulo, será mera coincidência.

Outro dois contratos da empresa Juju é uma benção chamam atenção. Em junho de 2023 a Secult pagou o valor de R$ 370 mil Reais, através de uma emenda da vereadora Concita Pinto para a realização do projeto Noites de São João, porém nas redes sociais do instituto, nesse período só aconteceu o pequeno evento denominado “Arraiá da Juju”.

Em outro pagamento, dessa vez feito pela SECMA, no valor de R$300.000,00, para realização do São Luís Gospel, com indicação de emenda do deputado Fernando Braide, que é irmão do Prefeito, muita coincidência não é verdade?

Agora o que chama mais atenção é o julgamento do Prefeito nos dois casos. Na Semcas, ele fez o raspa demitindo noventa servidores por suspeitas em contratos de R$1.7 milhões, contratos com licitação, inclusive. Já no recente escândalo da Secult, onde os valores são quatro vezes maiores e passam de R$ 8 milhões, ele só demitiu apenas três pessoas, o secretário, a chefe de gabinete e o analista jurídico. A chefe de Gabinete já disse em entrevista que o prefeito sabia de tudo e a julgar pelos pagamentos anteriores sabia mesmo.

Porém, essas demissões não explicam os motivos dos superfaturamentos dos cachês e também não explica como foi feito o pagamento de artistas nacionais que só se apresentam se receberem antecipado. Será que Joelma tocou sem receber a benção de Juju e Cacaia?

Visivelmente constrangido, o Prefeito tenta desviar o foco jogando na fogueira apenas quem já considerava um empecilho para o modelo que já vinha sendo aplicado na Secult, desde o ano de 2022 , onde deu poder a pessoas que não conhecem nada da nossa cultura, tendo como experiência apenas produzir grandes eventos de forró, axé e similares. Mas com o mercado privado em baixa, a “solução” foi se agarrar no poder público vendendo a ilusão de que o prefeito deve ser um mega produtor  cultural subindo ao palco como se fosse um pop star, para isso é claro, é preciso pagar caro, o que demonstra ser apenas um detalhe quando a origem é de verba pública. Enquanto isso a classe artística que até hoje espera a volta do Circo da Cidade e do pagamento da lei Paulo Gustavo segue sendo ignorada pelo prefeito que prometeu em campanha agir diferente.

Para Marcos Duailibe deve ficar a lição de que o sonho de ser protagonista na área que sempre atuou se transformou em queimação e a vaidade que ronda quem está no topo traz consigo o que há de pior nas relações pessoais, a traição.

 

Deputado estadual Carlos Lula encerra semestre se afirmando como pré-candidato a prefeito de São Luís

Na noite desta terça-feira (12), o deputado estadual Carlos Lula (PSB) encerrou o primeiro semestre de seu mandato fazendo uma “prestação de contas” junto a imprensa e políticos aliados. Num clima de bate-papo, o ex-secretário de Saúde do Estado, falou da atuação na Assembleia Legislativa e das ações paralelas que compõem o mandato de deputado.

Na explanação inicial, o deputado lembrou os “três eixos prioritários de campanha, envolvendo Saúde, Educação e Primeira Infância”; e, de fato, as mais de 70 proposições, os 7 projetos aprovados, e o volume de ação geral estavam sempre ligados às proposições de campanha.

Mas estamos em julho, um ano antes das convenções partidárias para escolha dos candidatos a prefeito dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros. Pré-candidato assumido, o deputado socialista encarou a questão e reafirmou a vontade de concorrer à prefeitura da capital maranhense.

Presente no evento, a prefeita de paço do Lumiar, Paula Azevedo (PC do B) ouviu de Lula que “em a possibilidade de mudar de domicílio eleitoral e disputar a prefeitura de Paço, ele descarta. Mas a afirmação está dentro do pacote de permissividades que o momento permite; momento este de início de conversas sobre sucessão, como lembrou o próprio deputado; quando tudo pode ser…

Mas o fato é que o nome de Carlos Lula está posto na fila da sucessão da capital, não só pelo seu mandato de deputado, pelo seu preparo político, relações de grupo, mas, e talvez, principalmente, pela sua atuação e poder executivos frente a Secretaria de Saúde do Estado, no período crítico da Pandemia do Covid-19, onde e quando teve destaque e reconhecimento nacional pelas ações e atitudes que tomou.

Questões partidárias e de grupo

Quase uma releitura da pré-campanha de 2020, quando Eduardo Braide, a despeito do número de concorrentes levou a eleição majoritária, agora um cenário parecido se configura. Muitos de sentem preparados, merecedores, e certos como candidatos á prefeitura de São Luís.

Uns sequer partido pra isso têm, como é o caso do deputado Dr Yglésio (às turras com o PSB), onde outros dois dividem o mesmo desejo de candidatura, como é o caso do próprio Lula, e do deputado federal Duarte Jr, ambos pré-candidatos incontestes do partido.  Vejam bem: pré-candidatos. Segundo informações de Carlos Lula, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que quem vai decidir quem é quem nos municípios serão os diretórios municipais.

Mas a essa questão, Lula responde com um sorriso tranquilo, de quem tem mais de uma, talvez três oportunidades de escolha partidária. E há, senão uma onda, um maremoto de “coisas partidárias” acontecendo: partidos sendo fundidos, federações em construção e seduções de todos os tipos em busca de nomes que agreguem valor às siglas;

As questões de grupos aventadas por tantos analistas é um horizonte turvo na realidade, compostas de verdades, meias-verdades, engodos e mentiras, onde apenas por um soldo ou cachê, alguém topa tomar partido.

Braide não tem grupo (e ganhou a eleição num ajunte de última hora); a oposição é indefinida; aquele grupo enorme criado por Flávio Dino (e diluído na última eleição municipal) ainda existe? Ou já são dois grupos? O de Dino e o de Brandão? Teremos um novo “consórcio” (quiçá uma cooperativa)?

Ou teremos amadurecimento político, social, federativo onde haverá investimento de tempo, dinheiro e preparação sobre aqueles candidatos que de fato tem competitividade, talento, competência e apoio real para resolver os problemas seculares de nossa capital?