O governo festivo de Brandão tenta a todo custo vender uma eficiência e unidade da classe politica em torno do seu nome.
Está claro que o governador vem fazendo um esforço tremendo para criar a narrativa de que é uma unanimidade entre todas as lideranças do Estado, bem diferente do governo Dino onde os campos de oposição e situação eram bem definidos.
A estratégia de Brandão é clara, ele precisa ter apoio total para ser maior do que Flávio e em pouco tempo ser a maior liderança do Maranhão com musculatura eleitoral para conseguir manter seu grupo no poder garantindo seu futuro e de sua família sem depender do ex governador que até então é o maior cabo eleitoral desse Estado.
Mas a verdade é que tais narrativas estão bem distantes de realidade e apesar do esforço midiático, a eficiência da gestão o governo ainda não disse a que veio. Funcionários terceirizados da área da saúde e educação estão com meses de salários atrasados, centenas de obras paralisadas, nepotismo claro em todas as esferas de poder, greve dos professores e sequer temos o novo nome do secretário de segurança.
A segurança é um capitulo a parte e um ponto crucial na relação Brandão e Dino.
Se Flávio Dino pudesse voltar ao ano de 2018 com certeza ele não teria mantido Brandão na chapa majoritária. O vice governador na época se recolheu e aguardou pacientemente a sua vez. Depois que sentou na cadeira Carlos Brandão passou a promover gradativamente volta do quase esquecido grupo Sarney ao poder, grupo que por sinal ele sempre fez parte, mas sorrateiramente fingiu não ser mais.
A tensão entre os dois é latente, Flavio desenhou o tabuleiro para garantir o protagonismo do seu grupo no poder, mas parece não ter percebido as reais intenções de Brandão que era a volta do campo conservador ao comando do Estado e nomes como Adriano Sarney, Sergio Macedo e Iracema Vale demonstram claramente o distanciamento entre as duas maiores lideranças do Maranhão na atualidade.
A queda de braço está formada e o nome do novo secretário de segurança pode ser o fator crucial para o azedamento de vez dessa relação. Brandão e seu irmão Marcus querem Raimundo Cutrim para o comando da segurança, mas Flávio já deu o recado e disse que não aceita um inimigo pessoal no comando da pasta que é estratégica para o ministro da justiça.
Vamos aguardar o desfecho, mas por enquanto o casamento que hoje é somente de aparências está mantido, mas pelo desenrolar dos fatos o rompimento pode ser iminente, inclusive com Brandão deixando o PSB e assumindo de vez o campo conservador do qual sempre fez parte.