terça-feira, 18 novembro, 2025

Tempos difíceis estes; além das platitudes. Quando a razão parece dar no pé. A idade da razão acabou; a moda agora é o negacionismo. Embora os negacionistas sequer saibam que o são. Constatei isso recentemente com um amigo querido e inteligente. Ninguém está a salvo. Mas os cretinos, aproveitadores, as panteras de Dante, estão sempre à espreita.

É sempre aquele ponto de partida de pegar uma definição e aplicar a outro campo. Será certo? Aqui me vieram estes pontos: primeiro o livro de Sartre, A idade da razão, o primeiro da “trilogia da liberdade”, onde trilhamos os caminhos (serão os da liberdade, Sartre?) plenos de ardência que nos levaram a este Vazio que nos encontramos hoje, onde sequer a inteligência escapa da ignorância.

Mas, enfim, Sartre, ao fim e ao cabo, nos deixa o ensinamento de que a felicidade está naquele Nada que acompanha o Ser, talvez um beliscão nos termos heideggerianos, opondo ou compondo o “Nada” do francês ao “Tempo” do alemão.

Outra proposição que busco aqui, é uma revisada em Arent (que, acidentalmente deu uns beijos no alemão afeito ao nazismo – e foi salvo pelo seu Ser filosófico), onde ela avalia os termos Labor e Trabalho e suas distinções na história etimológica e significante. Ela lembra, no seu “A condição humana”, as distinções que se perderam no Tempo ou no Nada (e aí, meninos?) deixando a dor do Labor, e a dignidade do Trabalho rentes ao solo atual que escraviza indistintamente trabalhadores de todo o mundo (tudo junto: arbeit e werk), com um sofrimento extra para os norte-americanos que passam pelo seu maior esmagamento, desde a guerra da Sesseção. É o mundo capital, do qual os chineses escarnecem sobre.

Isto posto (Ave, Viera!), qual o significado da defesa da PEC da blindagem e da Anistia feita pelo ex prefeito de São Pedro dos Crentes Lahésio Bonfim? O país se mobilizou no último fim de semana para demonstrar insatisfação com essa bagaceira absurda  feita pelos nossos imberbes congressistas, onde aprovaram essa PEC medieval e asquerosa que entorna uma catarata de estupidezes sobre a necessidade política de pavimentação da estrada democrática e progressista no tecido político social do país.

Esse “ente político”, que se parasita no metier como uma rêmora, tenta se cacifar sobre a ignorância e o obscurantismo de um eito eleitoral assentado sobre uma nuvem tola do ostracismo mitômano fin de siècle, que como em tantos cantos se instala também na terra gonçalvina, ou na Jamaica Brasileira, como queiram.

Se utilizando de verborragia infame sobre proposições canhestras, este espécime pejorativo despeja conjecturas absurdas para tentar surfar no seio tolo e prostituído da ignorância popular dos analfabetos funcionais.

Verdadeiras pérolas suínas aos porcos como atribuir ao mandante do assassinato de Mariele, qualidade de “pessoa de esquerda” é cuspir na cara da inteligência e da racionalidade sociais.

O Maranhão tem sido terreno de criaturas odiosas, daqui mesmo e de alhures (portugueses, franceses, holandeses, Silvério dos Reis, Lord Cochrane, Vitorino Freire…), mas há uma tormenta no horizonte que prevê o fim dos tempos racionais. Só nos resta esperar que Édipo chegue logo a Colono.

Este ser, que ora, se manifesta, é cria de um momento (Caleppra!), assim como foram tantos gerados nos laboratórios de doutores frankensteins diversos. E o momento mesmo se encarregará deles no devido tempo, o conceito sartriano ou hedeiggeriano, o ser associado ou dissociado do tempo ou do nada.

Como o belo verso do poeta Paulão “Apalpar o imponderável”…

No mais, para quem acredita, deus que nos proteja. Senão, vamos pro pau.

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