Já se passaram 22 dias desde a passagem do presidente por Imperatriz, na ocasião ele disse que receberia o governador na semana seguinte para tentar resolver a crise política no Maranhão. Mas a obsessão pelo poder de Marcus Brandão desmoronou uma das últimas tentativas de reunião do grupo que venceu as eleições no Estado.
Visivelmente incomodado com a possibilidade de reunificação do grupo por intermédio do presidente e consequentemente minar o seu delírio de mandar mais 8 anos no estado através do seu filho, o estrategista político Marcus Brandão teve a brilhante ideia de requentar áudios gravados clandestinamente com a intenção de constranger o ministro Flávio Dino, o Desembargador Ney Bello, além dos deputados Marcio Jerry e Rubens Jr.
Mas o tiro saiu pela culatra. Os áudios especulados como bombásticos só tiveram repercussão na mídia bolsonarista por intermédio do recém-convertido Yglésio Moises. O deputado foi o escalado para detonar a “bomba” e com a retórica de sempre bradou mais do que o normal, mas não trouxe nada de relevante nas tais revelações, a não ser despertar a ira da cúpula nacional do PT.
A tentativa de impor uma narrativa de perseguição não vem conseguindo se sustentar, ainda mais com um governo já marcado pelo nepotismo e por uma série de denúncias de corrupção em processos que tramitam nas esferas federais, além dos sérios problemas que enfrenta na segurança, educação, estradas abandonadas e o descaso com a baixada maranhense.
Portanto, se antes desse episódio de arapongagem com o vice-presidente nacional do partido o presidente já estava com um pé atrás por Brandão não cumprir a palavra dada para ele num jantar em São Paulo com a presença de Gleisi Hofman, Dilma Roussef e o então governador Flávio Dino.
Hoje a situação é muito mais delicada, Lula se retraiu com a traição de Brandão com seus aliados históricos no Maranhão e com a intenção nada republicana de perpetuar um projeto de poder familiar com possibilidades reais de quebrar o Estado para comprar essa eleição como já vem demonstrando.
A única certeza que Brandão tem é que o tempo está passando para ele e só existem duas possibilidades para o governador: ser o mártir familiar e tentar a improvável eleição do sobrinho peitando o presidente Lula e o povo maranhense ou recuar para compor com os dinistas a sua candidatura ao senado, mas essa segunda opção só é provável se o grupo ainda o aceitar e ter garantias reais de que vai cumprir, além é claro se o todo poderoso Marcus Brandão autorizar.
