terça-feira, 18 novembro, 2025

Como poderíamos pontuar a atual encruzilhada que se encontra a política do Maranhão? Vem de um ledo engano ou de um erro crasso? Enquanto o Estado se aterra num mar de violência, destruição da estrutura governamental, sem estradas e com a educação despencando, a guerra fria imposta pelo governo sobre a sucessão ao Palácio dos Leões, deixa o futuro do Maranhão para ser decidido por terceiros.

E há quem ache isso bom. Quem goteje essa ideia em falas anêmicas, sobre proposições rastaqueras, de quem faz política numa corda bamba, entre o coronelismo e as estratégias ultrapassadas da Resistência à Ditadura. Águas passadas, não furam pedra.

Não temos mais Getúlios, nem Médices, nem Sarneys, nem Viturinos. Agora é a hora de estabelecer uma nova visão para o Maranhão, esquecer o passado atrófico, os desmandos, as entregas. O Maranhão precisa de um projeto de crescimento e sem as garras da corrupção. Precisamos que o Porto, a Soja, os Lençóis, a Cultura, a Arquitetura conduzam a riqueza para o meio social e não para o bolso de uma meia dúzia de lobistas e seus senhores.

A guerra fria entre governador e vice-governador, diga-se sucessão, foi gerada na origem do governo Flávio Dino, quando Brandão, que tinha uma reeleição duvidosa para deputado, aceitou ser vice de um governador que, tudo indicava passaria oito anos no cargo (pelo menos 7). E ao fim destes sete anos, contrariando tudo que o círculo pregava, Dino elevou seu vice ao governo e, depois, à recondução ao cargo. E trabalhou duro para que o projeto tivesse sucesso. Weverton Rocha foi destruído, Lahésio foi alavancado e Brandão ganhou por pouco.

O que é um bom negócio? Desistir de uma reeleição duvidosa por um cargo que poderia ser insípido, perante a possibilidade de reeleição de Dino? Mas Dino prestigiou seu vice, estimulando a participar do governo, e isso sempre, quando, ao fim e ao cabo, entregou-lhe o governo. Isso, segundo se sopra em conversas de pé de ouvido, contrariando quase que a totalidade de seu núcleo duro. Brandão fez um mau negócio que deu certo.

Agora, quando é a vez de Felipe Camarão, o bom negócio de esperar apenas três anos para assumir o governo, o “bom negócio”, emperrou. Brandão não sai da cadeira e se sair, quer continuar… Bonito, né? É quando o ledo engano vira erro crasso. Embora Roma ainda se mantenha em pé.

Muito se fala num “acordo” que teria ocorrido; semelhante ao que Dino firmou com Brandão, agora entre Brandão e Camarão. Acordo esse que tá emperrado porque, segundo o grupo do vice, Brandão não quer cumprir. Brandão, por sua vez, diz que não fez acordo nenhum. Embora exista até vídeo do então candidato a governador afirmando o acordo. Ah… “Mas isso é coisa de campanha”.

Essa semana, uma importante liderança petista Washington Oliveira, que deixou o Tribunal de Contas do Estado (TCE), para ser secretário de Brandão, diz que quem tem que resolver a sucessão no Maranhão é Lula. Ao invés de requerer a sucessão para o partido dele, e lutar por isso, segue na corda bamba, como se a política estadual precisasse de tutela. Esse tempo já passou, é isso que tem que ser dito.

Algumas narrativas percorrem os corredores dos porões da política. Todas muito asquerosas e que submetem o Maranhão à coadjuvância. No PT se vive uma autofagia, quando o partido não consegue se equilibrar na realização de uma eleição interna, da qual se arvora e pela qual passa vergonha, tendo a justiça que determinar o que é certo e o que é errado.

Um dos discursos proferido pelo mesmo Washington fala em “eleger deputados e senadores” para “ajudar” Lula. E agora, depois quase 50 anos da fundação do PT, o partido vai eleger deputados e senadores no Maranhão? Por que nunca elegeu, a não ser uns gatos pingados. Na assembleia, por exemplo, nesta legislatura não tem nenhum. E assim é em todos os níveis, com exceção de algumas pinceladas impressionistas.

Washington Oliveira, no seu tempo de vice, abriu mão de disputar o governo do estado, por uma vaga no TCE. Essa ele acertou, por que levaria uma Surra de Flávio Dino nas urnas em 2014. Parece que Felipe Camarão não tem muito interesse em TCE. Falta o PT ter interesse em si mesmo.

Mas como na política nacional, ocorre que sempre se coloca no meio, enfiado, entalado, acunhado um um Macaco Tião, um Marronzinho, um Cabo Daciolo, para atrapalhar a verdadeira luta que é contra o atraso, a atrofia, a mitomania direitista, que, no fundo, é bem onde cabem os Cabos Daciolo, os Macacos Tião, e os Marronzinhos. E é uma guerra que adjuvantes que não deviam ser.

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