Há dez meses, o Arquivo Público do Estado do Maranhão permanece fechado, com todo seu acervo histórico em risco, devido à falta de um local adequado para transferência. A promessa do governo Brandão, por meio da Secretaria de Cultura, de realocar o material para uma estrutura anexa ao antigo colégio Marista, no centro de São Luís, onde hoje funciona o IEMA, não saiu do papel, gerando angústia entre servidores e pesquisadores.
De acordo com Regina Faria, presidente da Associação dos Amigos do Arquivo Público, inúmeras reuniões foram realizadas, mas as ações concretas não avançam. “Em 21 de agosto foi nos garantido que de dez a quinze dias começaria o transporte para o local provisório. E nós já estamos em novembro”.
Passados três meses, no entanto, entraves burocráticos, como a certificação do Corpo de Bombeiros, instalação de estantes, iluminação e até a roçagem de mato ao redor do prédio, ainda impedem a transferência. “Nosso medo é que o inverno tá chegando. Esse transporte não pode ser feito em período chuvoso”, alerta Regina Faria. “Tem recursos assegurados pelo governo federal, tem que retirar toda a documentação que tá lá para que as obras possam correr de uma forma mais efetiva”.
Documentos que datam do século XVII podem sofrer danos irreparáveis caso permaneçam no prédio original, que já teve as obras de restauro iniciadas, mas estão paradas até que o acervo seja removido.
Regina Faria destacou, ainda, que o local provisório oferecido não é considerado adequado para a guarda de documentos históricos, por ser uma estrutura metálica suscetível a variações de temperatura e umidade.
Além disso, o acesso de servidores e pesquisadores ao anexo exige segurança, já que a entrada fica em área considerada vulnerável. “São instalações metálicas… eu penso que não há documentos históricos, documentos que vêm desde o século dezessete, em lugar nenhum do mundo em instalações físicas dessa natureza”.
