O Maranhão consolidou-se como a unidade da federação com os indicadores mais críticos de trabalho e rendimento, de acordo com o módulo temático do Censo 2022 divulgado pelo IBGE. O estado apresentou o menor rendimento domiciliar per capita do Brasil, de R$ 900, valor quase três vezes menor que o do Distrito Federal, líder no ranking.
A pobreza no estado mostra-se extrema em municípios como Cachoeira Grande, que detém o título de menor rendimento médio mensal de todos os trabalhos no país, com apenas R$ 759. A cidade também integra a lista das com menor rendimento domiciliar per capita, com R$ 389, superando apenas Uiramutã, em Roraima. Bagre, Belágua e Manari, municípios maranhenses ou da região limítrofe, também figuram entre os dez com piores rendimentos per capita do Brasil.
Baixíssima participação do trabalho na renda
Os dados revelam uma economia local frágil, onde o trabalho não é a principal fonte de sustento para muitas famílias. Enquanto a média nacional mostra que 75,5% do rendimento domiciliar total vem do trabalho, municípios maranhenses como os citados dependem majoritariamente de outras fontes, como aposentadorias, pensões e programas de transferência de renda. Essa realidade é oposta à de cidades como Querência (MT), onde o trabalho responde por 93,7% da renda domiciliar.
Alta proporção em extrema pobreza
O retrato da vulnerabilidade social no estado é agravado pelo percentual de sua população em situação de extrema pobreza. Enquanto no Brasil 13,3% da população vivia com até um quarto de salário mínimo per capita, no Maranhão esse índice atingiu 26,6%, o segundo maior do país, atrás apenas do Amazonas (28,4%). Isso significa que mais de uma em cada quatro pessoas no estado sobrevivia com até R$ 303 por mês em 2022.
Perspectivas
Os números do Censo 2022 colocam o Maranhão no centro do desafio nacional de combate à pobreza e de geração de trabalho e renda. A situação crítica exige políticas públicas específicas e investimentos que estimulem a economia local e integrem a população ao mercado de trabalho formal, como forma de reverter os piores indicadores sociais e econômicos do país.
