O calendário eleitoral é o compasso cinco por oito, difícil, mas sem ele não há música. Uma data importante, o dia 6 de abril é o prazo para as definições de filiações partidárias, último dia para os partidos receberem, desde soldados até generais que pretendem disputar o pleito de 6 de outubro.
Essa data excita alguns e apavora outros. Quem está com sangue no olho, e tem força e estratégia e etc, vai aderindo, pegando ou tomando siglas sob comandos pífios. Dois exemplos que balançaram o cenário são a tomada do Solidariedade por Flávia Alves, suplente de deputada federal e superintendente do IBAMA no Maranhão e a filiação de Clara Gomes (digo já quem é) ao PSD, partido do prefeito Eduardo Braide.
Flávia Alves é irmã do deputado estadual Othelino Neto (PC do B) remanescente do Grupo Dino e defenestrado do governo Brandão sem nenhuma honra. Agora começa uma reação. Até onde?
Clara Gomes é esposa do deputado estadual Osmar Filho (PDT) (Como assim?), ex-presidente da Câmara Municipal de São Luís. O que isso importa? Importa que, ato contínuo à filiação da esposa ao partido do prefeito, o próprio deputado declarou apoio à reeleição do atual alcaide , sendo que o partido dele já tem um pré-candidato a prefeito: Fábio Câmara.
Estes movimentos têm significados imediatos (eleições 2024) e secundários (eleições 2026). Nós últimos dias explodiu um grito engasgado em muitos remanescentes do núcleo duro do governo Flávio Dino, principalmente no que se refere à manifestação do deputado estadual Carlos Lula (PSB) a respeito da escolha do novo membro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), cujo nome devia ser indicado pelo legislativo e foi apenas homologado por este, depois de uma indicação do executivo.
Pressão daqui e dali
A questão Flávia Alves parece uma arregimentação do deputado Othelino Neto, um dos todos poderosos dos tempos dinistas, que ficou no ostracismo total, apesar de ter abandonado seu forte aliado Weverton Rocha (PDT) em prol da candidatura Brandão, seduzido pela vaga de suplente de senado destinada a sua esposa Ana Paula Lobato, que ao fim e ao cabo se tornou senadora da república. Como estamos no meio político, uma oferta irrecusável. Mas o preço da escolha está entre pago e cobrado.
A movimentação desse grupo, que ainda inclui Márcio Jerry (PC do B), Carlos Lula (PSB), Rodrigo Lago (PC do B) entre outros já é uma urtiga, mas pode vir a se tornar um forte grupo de oposição a Brandão e uma pedra no sapato de Duarte Júnior rumo á prefeitura, além de apimentar mexicamente as eleições de 2026, deixando uma culinária bem “ardosa” para mariscos locais.
No outro quadro, a debandada de Osmar Filho rumo a Braide, deixando o candidato do próprio partido no vácuo, demonstra um vigor e uma ambição pessoal do deputado, e um descomprometimento com os valores históricos do PDT: a união. Mas o PDT faz tempo que é um território de discórdia.
Só pra fechar
Nesta última quinta (07) também se abriu a janela partidária, quando os parlamentares municipais estão livres para pular daqui prali e se acomodar como carga nova e parar de ranger o caminhão. Nada além de um coaxar de sapos na chuvarada intensa… a priori…