O Canhotinha de Ouro jamais poderia imaginar que uma frase para uma propaganda de cigarros poderia representar perfeitamente a malandragem no futebol brasileiro.
Relembrando aos os mais jovens, não estamos falando do Gerson craque do flamengo na atualidade, mas do cérebro da seleção de 70 e tri campeão mundial, aquele que disse num comercial de televisão que “gostava de levar vantagem em tudo”.
Apesar de ser um texto publicitário, não há como negar que acabou virando o mantra do famoso “jeitinho brasileiro” de normalizar a indecência e no futebol então parece que levaram ao pé da letra.
Trazendo a discussão para o enlameado gramado maranhense e voltando no tempo até setembro de 2011, onde o declarado interventor Antônio Américo com o apoio irrestrito do Ministério Público prometia passar a FMF a limpo e que convocaria eleições em três meses. Qualquer semelhança com um golpe de Estado é mera coincidência.
Nessa época Alberto Ferreira estava sendo atacado de todos os lados, mas a cruzada de Litia Cavalcanti contra o então presidente da FMF ganhava o noticiário local e um fato chamava a atenção, a desenvoltura e o interesse da promotora para falar dos problemas crônicos do futebol maranhense.
Não podemos deixar de destacar que realmente a gestão de Alberto Ferreira estava muito desgastada com 20 anos a frente da federação e de fato era um ciclo que precisava ser encerrado, porém o caminho correto seria esperar as eleições, mas a demanda passou a ser urgente, tudo foi acelerado e resolvido, o interventor estava no poder.
Assim que assumiu Antônio Américo falava que não tinha interesse em ser presidente, mas o tempo foi passando e a palavra do homem mudou, Litia Cavalcante ficou desiludida com o futebol e o MP fechou novamente os olhos para os problemas do futebol local, já o interventor parece que gostou das benesses do cargo e vem se perpetuando na presidência da Federação até os dias de hoje mudando o estatuto e burlando as regras para permanecer no poder, mas e o que mudou no futebol maranhense mesmo?
Absolutamente nada, não mudou nada. A cada ano o campeonato vem perdendo importância, o público deixando de ter interesse em ir ao estádio, os clubes estão agonizando e a principal competição da FMF é uma verdadeira desorganização, sem falar nas mudanças de regulamento com o campeonato em vigor para favorecer o Sampaio e o seu grande parceiro Sergio Frota, como nos campeonatos de 2017 e 2020, mas por ironia do destino os dois estão na berlinda do caos que é o futebol no nosso Estado.
Para piorar, documentos recentes expostos por clubes demonstram que os pagamentos de inscrições para as competições sub 19 foram feitos diretamente a uma empresa ligada ao vice presidente de competições Hans Nina Horn.
Em resposta ao portal G7 Antônio Américo disse que esse contrato existe desde 2023 e que foi feito de forma transparente e tentou justificar a contrato omitindo o favorecimento a uma empresa ligada a Hans Nina como uma solução e desenvolvimento das competições de base, mas na prática a desorganização é pior que o profissional com jogos sem ambulâncias e policiamento nos estádios.
O presidente inclusive disse que isso foi um ataque político, então quer dizer que noticiar fatos agora é fato político? Menos não é presidente!
Por último Antônio Américo responde atacando Fernando Sarney e a Copa Mirante dizendo em linhas gerais que as taxas cobradas por essa competição são maiores que as organizadas pela FMF.
Essa resposta merece uma atenção especial e demonstra até que ponto vai a gratidão do presidente da FMF com aquele que durante muito tempo foi parceiro e abriu as portas da CBF para António Américo. Fernando Sarney estava na Confederação Brasileira de Futebol há quarenta anos e de certa forma legitimou o “golpe” do interventor acreditando nas boas intenções e em prol das melhorias no futebol maranhense, mas pelo visto se arrependeu amargamente. Fernando inclusive sempre apoiou o atual presidente Ednaldo Rodrigues, mas alguma coisa no meio do caminho causou ruido nessa relação e com isso depois de 40 anos Fernando Sarney ficou fora da CBF deixando Antônio Américo isolado no topo do poder do futebol maranhense, pelo menos até a próxima eleição.
Enquanto isso só nos resta ficar torcendo pela do Gerson, não aquela de querer levar vantagem em tudo, mas a postura do atual capitão do Flamengo que disse que prega o respeito ao pai de família que acorda 03 horas da manhã para sustentar a família e que ainda faz o sacrifício de comprar o ingresso para assistir o time do coração, enquanto dirigentes maranhenses sempre dão um jeitinho de levar vantagem no falido futebol maranhense.