O eleitorado brasileiro está se distanciando formalmente dos partidos políticos. Pelo sexto mês consecutivo, o país registrou redução no número de filiados, totalizando uma perda de 179,3 mil filiações desde março. Os dados, divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral, revelam que o total de filiados às 29 legendas caiu para 16,1 milhões.
A tendência de esvaziamento atinge principalmente as agremiações de grande porte. O MDB, partido com a maior bancada de filiados (2,037 milhões), foi justamente o que mais perdeu no período, com 24,7 mil desfiliações. Na sequência, aparecem PRD (-20,5 mil), PSDB (-19,7 mil) e PP (-17,7 mil). O PT, segundo colocado em número total de adeptos, registrou redução de 6,4 mil filiações.
Enquanto a maioria das siglas encolhe, um movimento oposto é observado em partidos menores. O Novo foi a legenda que mais cresceu em números absolutos e percentuais nos últimos seis meses, com acréscimo de 4,6 mil filiados, um aumento de 7,2%, chegando a 69,2 mil integrantes. A Unidade Popular também apresentou crescimento, com 1,1 mil novas filiações.
Os números consolidam uma tendência de migração do eleitor para legendas de perfil mais ideológico definido ou de desvinculação pura e simples da estrutura partidária tradicional. A lista completa evidencia que a queda é generalizada, com 25 partidos apresentando saldo negativo e apenas três registrando crescimento modesto.
O cenário preocupa as lideranças partidárias em um momento de reorganização do quadro político nacional, refletindo um ambiente de descrença nas instituições e busca por novas formas de representação.