sexta-feira, 7 novembro, 2025

O Maranhão transformou-se no centro do debate sobre nepotismo cruzado durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal desta quinta-feira (23). A menção ao caso concreto envolvendo o governador Carlos Brandão e seu irmão Marcus Brandão ilustrou a prática que está sob análise dos ministros.

A liminar do ministro Alexandre de Moraes, que tentaram esconder da população, revela o escândalo: Marcos Brandão, irmão do governador, seria nomeado para um cargo de alto luxo na Assembleia Legislativa em clara manobra de nepotismo cruzado.

A verdadeira dinastia dos Brandão vai muito além: o sobrinho Daniel Brandão comanda o Tribunal de Contas, o mesmo órgão que deveria fiscalizar as contas do tio governador. Outro sobrinho, Orleans Brandão, recebeu cargo de secretário sem qualquer qualificação técnica. Uma verdadeira farra com o dinheiro público que dura anos.

O ministro Flávio Dino, que governou o estado antes de Brandão, referiu-se indiretamente ao caso maranhense ao criticar o que chamou de “naturalização” do nepotismo. Sua fala foi interpretada como um recado às estruturas de poder familiar que ainda persistem no estado. “Isso é completamente contrário a tudo que defendemos”, disparou, em referência clara ao governo dos Brandão.

O julgamento no Supremo pode ter consequências imediatas para o arranjo político maranhense. Se o tribunal aprofundar o entendimento sobre fraude à Súmula Vinculante 13 nas nomeações políticas, a estrutura de poder da família Brandão poderá sofrer abalo significativo.

A decisão final, que será concluída na próxima sessão, determinará o destino de uma das famílias mais influentes da política maranhense.

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