O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,04% em junho, 0,47 ponto percentual abaixo da taxa de maio (0,51%).

PeríodoTaxa
Junho de 20230,04%
Maio de 20230,51%
Junho de 20220,69%
Acumulado no ano3,16%
Acumulado nos últimos 12 meses3,40%

O IPCA-E, acumulado trimestral do IPCA-15, ficou em 1,12%, abaixo dos 3,04% registrados no mesmo período de 2022. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou 3,40%, abaixo dos 4,07% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,69%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta no mês de junho. O grupo Habitação registrou a maior variação (0,96%) e o maior impacto (0,14 p.p.) no índice do mês. Os três grupos que registraram queda foram Transportes (-0,55%), Alimentação e bebidas (-0,51%) e Artigos de residência (-0,01%). Os demais grupos ficaram entre o 0,04% de Educação e o 0,79% de Vestuário.

GrupoVariação
Mensal (%)
Impacto
(p.p.)
Variação
Acumulada (%)
AbrilMaioJunhoJunhoTrimestre12 meses
Índice Geral0,570,510,040,041,123,40
Alimentação e bebidas0,040,94-0,51-0,110,474,94
Habitação0,480,430,960,141,884,02
Artigos de residência0,07-0,28-0,010,00-0,221,14
Vestuário0,390,350,790,041,5410,32
Transportes1,44-0,04-0,55-0,110,84-5,42
Saúde e cuidados pessoais1,041,490,190,022,7410,59
Despesas pessoais0,280,400,520,051,206,50
Educação0,110,070,040,000,228,25
Comunicação0,060,020,110,010,190,69
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

No grupo Habitação (0,96%), destaca-se a alta da taxa de água e esgoto (3,64% e 0,06 p.p.), devido a reajustes aplicados em quatro áreas de abrangência do índice: de 8,20% em Curitiba (7,92%), a partir de 17 de maio; de 9,56% em São Paulo (7,63%), a partir de 10 de maio; de 11,20% em Recife (4,61%), a partir de 28 de abril; e de 8,33% em Belém (5,00%), a partir de 28 de maio.

A alta da energia elétrica residencial (1,45% e 0,06 p.p.) decorre de reajustes aplicados em quatro áreas: em Belo Horizonte (9,15%), onde houve reajuste de 14,69% a partir de 28 de maio; em Recife (8,21%), onde o reajuste de 8,33% teve vigência a partir de 14 de maio; em Fortaleza (2,20%), onde o reajuste de 4,85% foi aplicado a partir de 22 de abril; e em Salvador (1,84%), onde houve reajuste de 8,28% a partir de 22 de abril.

A queda em gás encanado (-0,33%) vem a partir de reduções tarifárias de 3,05% em Curitiba (-1,64%) e de 0,59% no Rio de Janeiro (-0,31%), ambas com vigência a partir de 1º de maio.

Em Despesas pessoais (0,52%), destaca-se a alta de 6,19% nos jogos de azar, após reajuste médio de 15,00% no valor das apostas, a partir de 30 de abril. Cinema, teatro e concertos (1,29%) e pacote turístico (1,07%) também registraram alta em junho.

O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,19%) foi influenciado pela alta nos preços dos planos de saúde (0,38%), decorrente do reajuste de até 9,63% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 13 de junho, com vigência a partir de maio de 2023 e cujo ciclo se encerra em abril de 2024. Desse modo, no IPCA-15 de junho foram apropriadas as frações mensais relativas aos meses de maio e junho.

Nos Transportes (-0,55%), a variação negativa foi puxada pela queda nos preços dos combustíveis (-3,75%). A gasolina (-3,40%) foi o subitem com o maior impacto individual (-0,17 p.p.) no IPCA-15 de junho. Os demais combustíveis também registraram recuo nos preços: óleo diesel (-8,29%), etanol (-4,89%) e gás veicular (-2,16%). Além disso, os preços do automóvel novo caíram 0,84% e contribuíram com -0,03 p.p. no índice do mês.

Ainda em Transportes, destaca-se a alta de 10,70% nos preços das passagens aéreas, que haviam registrado queda de 17,26% em maio. A alta de 0,99% em ônibus urbano deve-se ao reajuste de 33,33% em Belo Horizonte (7,53%), a partir de 23 de abril.

O grupo Alimentação e bebidas (-0,51%) registrou deflação no mês de junho, após alta de 0,94% no mês anterior. A alimentação no domicílio caiu de 1,02% em maio para -0,81% em junho, influenciada pelas quedas do óleo de soja (-8,95%), das frutas (-4,39%), do leite longa vida (-1,44%) e das carnes (-1,13%). No lado das altas, os destaques foram o ovo de galinha (2,04%) e o pão francês (0,72%).

alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,73% em maio para 0,29% em junho. Tanto o lanche (0,34%) como a refeição (0,28%) registraram resultado inferior ao do mês anterior (1,08% e 0,46%, respectivamente).

Quanto aos índices regionais, quatro áreas tiveram alta em junho. A maior variação foi registrada em Recife (0,45%), por conta das altas da energia elétrica residencial (8,21%) e da taxa de água e esgoto (4,61%). Já a menor variação foi observada em Goiânia (-0,66%), influenciada pela queda de 4,42% na gasolina.

RegiãoPeso
Regional (%)
Variação Mensal (%)Variação
Acumulada (%)
AbrilMaioJunhoTrimestre12 meses
Recife4,710,290,190,450,932,93
São Paulo33,450,520,450,231,204,37
Belo Horizonte10,040,270,900,101,272,75
Curitiba8,090,850,460,071,382,30
Salvador7,190,300,73-0,021,013,51
Porto Alegre8,610,730,28-0,040,973,04
Fortaleza3,880,480,61-0,051,042,64
Rio de Janeiro9,770,790,46-0,101,153,25
Belém4,460,800,22-0,180,843,45
Brasília4,840,800,45-0,280,973,34
Goiânia4,960,680,83-0,660,851,93
Brasil100,000,570,510,041,123,40
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de maio a 14 de junho de 2023 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de abril a 15 de maio de 2023 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários-mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

 

Fonte: IBGE