A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (17) três pessoas com meio milhão de reais em espécie, dinheiro este que, segundo as investigações, tinha destino certo: os gabinetes de pelo menos três parlamentares na Assembleia Legislativa.
Segundo as investigações da PF, o dinheiro tem origem em emendas parlamentares estaduais destinadas a instituições culturais de fachada. Os agentes afirmam que uma das suspeitas foi flagrada pela polícia no momento em que tentava entregar uma mochila com R$ 400 mil a uma deputada estadual, logo após realizar um saque.
Os três presos foram conduzidos à Superintendência da PF no estado e permanecem à disposição da Justiça. A Polícia Federal informou que as investigações continuam para apurar a extensão do esquema e a participação de outros envolvidos.
Os presos foram identificados como Larissa Rezende Santos, Maria José de Lima Soares e Ivan Jorge da Piedade Madeira, presidente da Companhia de Cultura Popular Catarina Mina, entidade beneficiária dos recursos. A operação foi deflagrada após os suspeitos sacarem a quantia, supostamente para um evento do Dia das Crianças que, de acordo com a PF, não aconteceu.
Segundo apurações da nossa reportagem, dois deputados consultados disseram que a assessora é de uma deputada, mas atribuiu a propriedade do dinheiro a outra deputada. Um dos deputados, que prefere não se identificar, disse “espero que não seja verdade”. Porém, um dos nomes já circula em grupos de jornalista no whatsapp.
As deputadas Helena Duailibe, Andreia Rezende e Cláudia Coutinho estão no centro do escândalo após serem citadas nominalmente em documentos e depoimentos que comprovariam o esquema criminoso. A cena que define a ousadia dos envolvidos: a assessora parlamentar Larissa Rezende Santos, funcionária da deputada Andreia Rezende, foi flagrada carregando uma mochila com R$ 400 mil que confessou ser para a deputada Helena Duailibe.
Outra operação
Este é o segundo caso do tipo no estado em curto período. No fim de setembro, dia 26, a PF já havia prendido dois homens em São Luís flagrados com R$ 250 mil em espécie. Eles eram investigados por um método similar, suspeitos de lavar valores por meio de uma empresa de fachada que recebia recursos de contratos milionários para depois sacá-los e ocultar sua origem ilícita. Um dos suspeitos ainda foi autuado por porte ilegal de arma de fogo.
Segundo a própria PF, empresas com contratos milionários estariam transferindo grandes quantias para uma empresa de fachada. O objetivo era sacar o dinheiro em espécie e esconder a origem ilegal dos valores
